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Matérias / Personagem

A mãe de Nero: Agripina Menor, a mulher que se casou aos 13 anos com o próprio tio

Mulher de alta capacidade política e sede pelo poder, ela articulou com as mais diversas forças, se envolvendo em assassinatos e tentativas de golpe

André Nogueira Publicado em 03/06/2020, às 07h00 - Atualizado às 08h20

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Agripina coroa Nero - Wikimedia Commons
Agripina coroa Nero - Wikimedia Commons

Uma das mulheres mais poderosas da Dinastia Júlio-claudiana, a mais famosa de Roma, era Agripina Menor, uma imperatriz envolvida ao menos com seis homens poderosos: bisneta de Augusto, filha de Germânico, irmã de Calígula, sobrinha-neta de Tibério, sobrinha (e esposa) de Cláudio e mão de Nero.

Inicialmente criada pela avó, a menina Agripina conviveu pouco com os pais, que eram membros relevantes do governo romano. Porém, com a morte de Germânico em 19, sua mãe passou a criar os filhos, instruindo-os fortemente nas mais diversas artes e técnicas, pois era de um eixo central dos patrícios do Império.

Aos treze anos, então, teve um casamento arranjado com um tio de segundo grau, o cônsul Cneu Domício Enobarbo, acusado de assassinar seu pai. O matrimônio criaria um laço dinástico poderosíssimo, entre um parente de imperadores e um político poderoso. Apesar de pouco se saber sobre a relação, é conhecido que Cneu era um homem vil de caráter duvidoso.

No governo

Depois que o imperador Tibério, de quem Agripina era sobrinha adotiva, morreu, o irmão Calígula assumiu o trono. Com isso, a romana passou ao círculo mais poderoso do país, com alto prestígio e mais títulos. Na mesma época, ela deu à luz a seu único filho, o futuro imperador Nero. O nascimento da criança não animou muito o casal, mas deu esperanças ao futuro da dinastia.

Agripina Menor / Crédito: Wikimedia Commons

Calígula teve momentos de instabilidade emocional, principalmente após a morte repentina de sua irmã, Drusila. Por isso, as relações entre ele e Agripina eram instáveis, tal qual sua confiança política. Por esse motivo, ela participou de um conjunto de patrícios próximos que tentaram matar o imperador. Falhando, ela foi mandada ao exílio no mar a oeste da Itália.

Porem, os desafetos de Calígula o levou à morte em 41. O atentado que assassinou toda a família próxima do monarca abriu mais um espaço no trono, que logo foi ocupado pelo tio dele e de Agripina, o imperador Cláudio, que revogou a pena de exílio à moça.

Retornando a Roma para viver com o filho, passou a ter relacionamentos complicados, inclusive tentando se envolver com nobres casados. Numa disputa de heranças que incluía Cláudio e Caio Crispo Passieno, Agripina se envolveu com dois casamentos: primeiro, com o próprio Crispo, que morreu em 47. Então, sua herança foi concedida a Nero. Depois, com o próprio tio, Cláudio, após diversas intrigas com sua antiga esposa, Messalina.

Cláudio

O casamento entre Agripina e Cláudio, desaprovado popularmente, foi uma estratégia desenvolvida pelo Senado para reunificar a Dinastia, que disputava a herança do trono, e garantir a sucessão de Nero. As oposições políticas no inteiro das corte foram rapidamente lapidadas e o reinado do imperador se tronou conciso e rigoroso.

Como imperatriz, Agripina se tornou a mulher mais poderosa de todo o Império Romano. Numa jornada sangrenta de fortalecimento político, auxiliou o assassinato de toda a dissidência juliana no palácio, em favor de Nero. Recebendo o incomum título de augusta, que normalmente era dado a viúvas, seu esforço pelo poder era ascendente. Com um favoritismo descarado do marido, ela foi homenageada em diversos lugares do Império e teve grande influência na nomeação de cargos.

Moeda com os filhos de Germânico / Crédito: Wikimedia Commons

Privando as influências do filho de outro casamento, Britânico, ela abriu espaço para uma ascensão sem precedentes do filho Nero, adotado por Cláudio e recebendo Sêneca como tutor. Porém, o imperador começou, depois de um tempo, a se posicionar em favor de Britânico e, por isso, Agripina pode ter matado Cláudio envenenado (mas as fontes mais sugerem do que comprovam esse ponto).

A ascensão de Nero foi inevitável e, com seu governo, Agripina foi indicada como alta sacerdotisa de um culto direcionado a uma versão divina do falecido Cláudio. Ganhando um poder prático gigantesco, com direito a participação em reuniões do Senado, ela chegou a influenciar diretamente o filho no reinado, até que ele começasse um caso com Cláudio Acte, gerando intrigas familiares.

Agripina era uma articuladora e tinha sede pelo poder. Prova disso é que, quando Nero passou a dispensá-la politicamente, ela passou a se articular com Britânico em favor de um golpe (porém, o pretendente morreu envenenado). Agripina continuou tentando controlar Nero, o que levou à expulsão da mãe de Roma, mesmo com sua alta popularidade. Sua tentativa de ser a mandatária prática do império levou o filho a articular seu possível assassinato, por mais que as condições práticas do ato sejam hoje desconhecidas pela historiografia.


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