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Matérias / Bizarro

Morte e falência por 4 séculos: A maldição do Diamante Hope

De Luís XIV aos Irmãos Cartier: Por muitos anos, todos que possuem a rara joia sofrem com os mais terríveis infortúnios, levando a acreditar que a relíquia tenha poderes sobrenaturais

Alana Sousa Publicado em 12/07/2020, às 11h00

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O Diamante Hope - Wikimedia Commons
O Diamante Hope - Wikimedia Commons

Por quatro séculos uma pedra preciosa vem assombrando o mundo e todos que a possuem. Uma suposta maldição está envolta de um cristal de um raro tom da cor azul, pesando 45 quilates e valendo milhões de dólares; acredita-se que ele tenha sido criado há bilhões de anos nas profundezas do planeta Terra. O Diamante Hope fez vítimas ao redor do mundo, desde aristocratas a famosos monarcas, atraindo morte e infortúnio.

Origem

Assim como a trajetória ao longo dos anos do diamante, sua origem também é rodeada de mistério. A versão mais crível é a do historiador Richard Kurin, de que o objeto foi adquirido, em 1666, pelo comerciante de joias francês Jean-Baptiste Tavernier, que levou a compra para Paris. Proveniente da mina de Kollur, no distrito de Guntur, em Andhra Pradesh, a relíquia foi então vendida juntamente com outras pedras para Luís XIV, o rei sol.

Diamante Hope envolto em um colar / Crédito: Wikimedia Commons

Pouco mais de dez anos depois, em 1678, o monarca pediu que seu joalheiro esculpisse a pedra novamente, tornando-a um formato diferente. Passou a ser conhecida como Diamant Bleu da Couronne de França (em tradução: Diamante Azul da Coroa da França). O rei usava a peça em sua gravata, como “um pedaço para se lembrar” — em suas próprias palavras.

Por mais de um século o cristal permaneceu na realeza da França, chegando a ser utilizado por Luís XVI e Maria Antonieta. Um possível sinal dos poderes do diamante, dado ao que aconteceu aos seus donos durante a Revolução Francesa.

Durante o tempo que os membros da família real estavam presos, todas as joias da coroa foram roubadas, enquanto a maioria delas foi recuperada anos mais tarde, o Diamante Azul havia sumido de vez. E passaria décadas sem que seu paradeiro fosse descoberto.

Apenas no início do século 19, em 1812, a pedra foi encontrada novamente. Daniel Eliason, um comerciante inglês, foi pego no Reino Unido em posse do cristal. Ele, por sua vez, havia comprado do joalheiro John Francillon.

Mais uma vez mortes misteriosas ocorreram com esses dois proprietários. Francillon morreu na prisão e Eliason se matou meses depois. Mas antes vendeu para outra figura real: George IV do Reino Unido. O rei, que morreu afundado em dívidas, teve boa parte de seus bens vendida, entre eles, o enigmático cristal — que passou a ser propriedade de Henry Philip Hope, um importante colecionador.

Diamante da Esperança

A família Hope era uma das mais ricas da Inglaterra, influenciando no governo e no exterior, colecionavam terras, obras de arte, castelos e pedrarias milionárias. Mas nem tudo era apenas luxo, durante anos perderam muitas posses.

George IV do Reino Unido / Crédito: Wikimedia Commons

1887, o diamante era de Lord Francis Hope, este por sua vez, se endividou e o golpe final foi uma aposta mal feita em uma corrida de cavalos. Teve, então, que vender tudo, até mesmo a mais valiosa de suas relíquias. Quatro anos depois, Joseph Frankel's Sons & Company, uma joalharia de Nova York adquiriu a peça. Em poucos anos caíram em falência, era mais uma vítima da maldição do Diamante Hope.

No ano de 1908, os grandes jornais suspeitaram da fama maldita da joia, e publicaram reportagens para discutir o trágico destino dos últimos donos. Um dos artigos intitulado “O diamante da esperança trouxe problemas a todos os que o possuíam”, veículou no Washington Post.

Com diversas histórias circulando na mídia sobre como a joia destruía qualquer um que a comprasse, seu valor sofreu uma grande queda. Os irmãos Cartier, de Paris, compraram e usaram de trapaça — e um pouco de inteligência — para fechar um bom negócio.

Sabendo da reputação da pedra, fizeram que isso fosse um fator vantajoso. Revenderam por uma quantia milionária misturando a origem verdadeira com elementos fantásticos para fazer com que o rico casal Evalyn e Ned McLean adquirisse o artefato, em 1910.

Foram nove anos exibindo o diamante em festas e desfiles extravagantes, até que certo dia, o filho dos McLean, de apenas 10 anos, morreu atropelado por um carro em Washington D.C.. A mídia, mais uma vez, publicava que mais uma pessoa fora atingida pela terrível maldição.

Evalyn e Ned McLean / Crédito: Wikimedia Commons

Nos anos seguintes Evalyn enlouqueceu e Ned perdeu grande parte de sua fortuna, precisaram penhorar a pedra para que pudessem arrecadar algum dinheiro. O casal organizava eventos e vendiam ingressos para quem quisesse segurar o diamante amaldiçoado, realizavam empréstimos e por pouco tempo conseguiram lucrar em cima disso.

Até que a filha deles, Evie cometeu suicídio, sem capacidade para lidar com mais uma perda, Evalyn morreu logo depois. Era hora de se livrar do objeto, que foi vendido para Harry Winston.

Paradeiro final

O renomado joalheiro jamais acreditou nas histórias assombradas, as considerava pura coincidência. George Switzer, mineralogista do Instituto Smithsonian foi quem convenceu Winston a doar a pedra para o Museu de História Nacional. Assim o fez, em 10 de novembro de 1958 enviou em uma caixa simples de correio o cristal embrulhado.

Diamante Hope exposto no Museu / Crédito: Wikimedia Commons

Desde então, permanece em um vidro fechado no Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, nos Estados Unidos. Ao que parece, a maldição pode ter chegado ao fim, já que Winston morreu duas décadas depois de ataque cardíaco e a instituição recebe milhares de visitantes curiosos para ver de perto a pedraria (que hoje vale 350 milhões de dólares). Como explica o curador Jeff Post: “Desde a chegada do Diamante Hope, a Coleção Nacional de Gemas tem crescido constantemente em tamanho e estatura e hoje é considerada por muitos como a melhor exibição pública de gemas do mundo. Para o Smithsonian, o diamante Hope obviamente tem sido uma fonte de boa sorte”.


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