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Matérias / Ditadura militar

A mulher que enfrentou a ditadura militar como guerrilheira

Dinalva Oliveira Teixeira foi uma das figuras que enfrentaram a ditadura como guerrilheira

Redação Publicado em 03/09/2022, às 16h00

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Dinalva Oliveira Teixeira, mulher que enfrentou a Ditadura Militar, e fotografia de manifestação do movimento estudantil, o qual fazia parte - Fotos por Memórias da Ditadura e Arquivo Nacional pelo Wikimedia Commons
Dinalva Oliveira Teixeira, mulher que enfrentou a Ditadura Militar, e fotografia de manifestação do movimento estudantil, o qual fazia parte - Fotos por Memórias da Ditadura e Arquivo Nacional pelo Wikimedia Commons

O período da ditadura militar do Brasil foi marcado, principalmente, pela diminuição da liberdade de imprensa e de expressão, além da repressão sobre manifestações contrárias ao regime, como as do movimento estudantil, muito importante na época. Logo, dessa forma, como o governo era autoritário e violento, muitas pessoas acabaram se tornando vítimas da ditadura, desaparecendo, sendo torturadas e mortas por militares.

Entre vários nomes de pessoas que se destacaram no período, pelo posicionamento de oposição, destacam-se o do político Carlos Marighella, o jornalista Vladimir Herzog e o grupo de guerrilheiros da Guerrilha do Araguaia, na região amazônica brasileira.

Na Guerrilha do Araguaia, uma mulher em especial recebe destaque, entre os opositores da ditadura: Dinalva Oliveira Teixeira. 'Dina' foi uma geóloga, estudante e guerrilheira, aliada ao Partido Comunista do Brasil, e até hoje tem seus locais e datas de desaparecimento e morte como uma dúvida.

Dinalva Oliveira Teixeira, guerrilheira e uma das vítimas da Ditadura Militar do Brasil
Dinalva Oliveira Teixeira, guerrilheira e uma das vítimas da Ditadura Militar do Brasil / Crédito: Foto por Memórias da Ditadura pelo Wikimedia Commons

Circunstância da morte

O último registro de Dinalva Oliveira Teixeira consta no Relatório Arroyo, referente ao evento que ficou conhecido como 'O Chafurdo de Natal'. Na ocasião, os militares realizaram um golpe contra a Guerrilha do Araguaia, o que resultou em diversos mortos.

Segundo o relato do evento, Dinalva estaria com febre na ocasião — no dia 25 de dezembro de 1973 — em que o acampamento da Comissão Militar da guerrilha foi atacado pelos militares, resultando em sua morte. No entanto, outras indicações apontavam que a mulher foi morta só em 1974, o que causa dúvidas até hoje.

O relatório do CIE, o Ministério do Exército, relaciona Dinalva Oliveira à Guerrilha do Araguaia, e aponta que ela morreu em 16 de julho de 1974. Nesta versão, o segundo-tenente João Alves de Souza contou, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em 2014, que o ataque foi direcionado a ela após a guerrilheira ter matado homens de seu contingente, como informado pelo site Memórias da Ditadura.

No entanto, ambas as versões divergem de uma terceira: nesta, ela teria sido detida na Serra das Andorinhas, ou no igarapé Taurizinho, próximo à Marabá, acompanhada de Telma Regina Cordeiro Corrêa e Luiza Augusta Garlippe, conhecida como Tuca. Aqui, ela teria sido presa e entregue ainda com vida ao tenente-coronel Leo Frederico Cinelli, e depois fuzilada em uma selva, no dia 24 de julho de 1974.

Por fim, ainda há uma quarta possível data para a morte de Dinalva: outubro de 1974. Nesse caso, Dina teria pedido que um camponês lhe comprasse roupas, mas a informação foi passada prontamente ao exército, que logo efetuou a prisão da guerrilheira. Então ela teria sido levada para a Casa Azul, centro clandestino de detenção e tortura de guerrilheiros, em Marabá, no Pará, e depois nunca mais vista.

Fotografia atual de casarão em que funcionou o Dopinho, primeiro centro de tortura clandestino da Ditadura Militar do Brasil
Fotografia atual de casarão em que funcionou o Dopinho, primeiro centro de tortura clandestino da Ditadura Militar do Brasil / Crédito: Foto por Eugenio Hansen, OFS pelo Wikimedia Commons

Conclusão

Dinalva Oliveira Teixeira é considerada, hoje, uma desaparecida política, visto que nunca foram encontrados restos mortais da guerrilheira — o que não possibilitou, também, seu sepultamento. Por isso, atualmente recomenda-se que tenham continuidade as investigações sobre o caso, de forma a localizarem seus restos mortais, e assim retificarem sua certidão de óbito.