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Matérias / Corredor da Morte

O incidente que fez o Texas a abolir a última refeição no corredor da morte

Em 2011, um dos condenados à morte aguardando por sua execução no local dos EUA acabou inspirando a proibição da escolha de últimas refeições

Redação Publicado em 23/11/2023, às 17h49

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Lawrence Russell Brewer sendo levado pelas autoridades do Texas - Divulgação/ Youtube
Lawrence Russell Brewer sendo levado pelas autoridades do Texas - Divulgação/ Youtube

Em setembro de 2011, Lawrence Russell Brewer, então aos 44 anos, foi executado pelo estado norte-americano do Texas, localizado nos EUA. O criminoso foi condenado pelo assassinato de James Byrd Jr. em 1998, que realizou junto com outros dois colegas.

O trio acreditava na supremacia branca, isso é, que pessoas de raça branca eram superiores às com pele de outras cores. A vítima, por sua vez, era um homem negro de 49 anos que foi espancado e acorrentado pelos tornozelos na traseira de uma caminhonete, sendo arrastado pelo asfalto por cerca de 5 quilômetros.  

A morte brutal, que foi classificada como um crime de ódio devido às crenças racistas de seus perpetradores, chocou os Estados Unidos na época em que foi reportada, com todos os responsáveis passando o restante de seus dias na prisão. Brewer, que recebeu a pena capital, foi executado em 2011. 

Na época, era tradição que presos no corredor da morte tivessem o direito de escolher qual seria sua última refeição antes de serem enviados para a execução. Conforme divulgou o G1 na época, o criminoso solicitou por um verdadeiro banquete

Ele pediu por meio quilo de carne de churrasco, dois filés de frango fritos, um hambúrguer triplo com queijo e bacon, pizza de embutidos, três fajitas (que é um prato de origem mexicana consistindo em tortilhas recheadas), quiabo frito, pão fatiado, manteiga de amendoim, cerveja e meio litro de sorvete.

Quando sua comida chegou, no entanto, Lawrence Russell Brewer disse que não estava com fome, não tendo sequer tocado nos pratos pedidos.

Fotografia da vítima / Crédito: Divulgação/ Wikimedia Commons

Repercussão

O caso provocou indignação pública, inclusive sendo comentado por John Whitmire, que era um senador estadual da época. 

É extremamente inapropriado dar tal privilégio a uma pessoa sentenciada à morte. É um privilégio que o agressor não forneceu para sua vítima", apontou o político em uma carta enviada ao diretor-executivo do Departamento de Justiça Criminal do Texas. 7

Na época, esse cargo era ocupado por Brad Livingston, que, apenas algumas horas mais tarde, anunciou o banimento da prática de deixar os condenados do corredor da morte escolherem sua última refeição antes de serem executados. 

Acho que as preocupações do senador Whitmire são válidas. A partir de agora, tais concessões não serão mais feitas", afirmou o diretor-executivo na ocasião. 

Desde então, presos no Texas que receberam a pena capital não mais puderam fazer pedidos diferenciados para suas ceias finais, em vez disso simplesmente comendo o mesmo que os outros presos. 

Vale apontar que, embora a decisão feita pelo estado norte-americano tenha sido aplaudida por muitos, também houve quem contestasse a necessidade da medida, afirmando que refeições tão luxuriosas quanto a de Brewer eram a exceção, e não a regra. 

Eles (os condenados) só comem itens presentes na cozinha (do presídio). Se pedirem cem tacos mexicanos, receberão dois ou três", afirmou Brian Price, um ex-cozinheiro presidiário, em entrevista ao  jornal Houston Chronicle.