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Matérias / Personagem

Há 22 anos, mulher se apaixonava por homem que estava no corredor da morte

Em 1999, o criminoso condenado à injeção letal se tornou garoto-propaganda de uma marca de grife, ganhando uma fã do outro lado do mundo

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 01/10/2023, às 12h00

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Montagem ilustra fotografia de revista com fotografia prisional recente de Bobby - Divulgação / Benetton / Penitenciária Central da Carolina do Norte
Montagem ilustra fotografia de revista com fotografia prisional recente de Bobby - Divulgação / Benetton / Penitenciária Central da Carolina do Norte

No final de 1999, campanha publicitária sacudiu o mundo ao destacar mais de 24 condenados à morte em todos os Estados Unidos, em uma tentativa de suscitar discussões sobre a pena capital e seus dilemas morais.

A campanha da Benetton, desta vez, apresentava como garotos-propaganda criminosos prestes a enfrentar o temido corredor da morte. Entre as figuras, estava Bobby Lee Harris, um homem que já havia sido condenado à morte por esfaquear fatalmente John Redd, um pescador que lhe empregava no condado de Onslow, na Carolina do Norte, em 1991.

No entanto, o que torna o caso de Bobby Lee Harris ainda mais notável é a história de amor que se desdobrou em meio a essa tumultuada saga legal.

Dagmar Polzin, uma garçonete de Hamburgo, na Alemanha, viu a imagem de Harris na campanha publicitária da Benetton em um outdoor, enquanto esperava um ônibus, e sentiu-se profundamente atraída por ele.

Revista ilustra, em anúncio da Benetton, Bobby Lee Harris / Crédito: Divulgação / YouTube / TV Globo

Sua paixão a levou a tomar uma decisão surpreendente: deixar o emprego na Alemanha e atravessar o oceano em busca de mais informações sobre o rapaz e como encontrá-lo, chegando a se deparar com a sua imagem em uma revista, que a guiou até os Estados Unidos. A partir daí, o caso de Harris se tornou uma história digna de um filme, como cobriu a ABC News na época.

"Eu amo esse homem", disse Polzin à ABC News em 2001. "Se for a última coisa que faço, quero salvar a vida dele porque houve uma injustiça".

Amor bandido

Polzin e Harris se encontraram pela primeira vez quatro meses após o início desse improvável relacionamento. Os encontros ocorriam semanalmente na penitenciária da Carolina do Norte, sempre separados por um vidro.

A alemã tornou-se sua defensora do lado de fora da carceragem, afirmando que, desde que se identificou com o olhar do rapaz, não acreditava em sua culpa.

Ela ainda o visitou por meses, incluindo a data marcada para sua execução, em 19 de janeiro de 2001.

No dia, Polzin estava preparada para enfrentar o destino trágico de seu amado, enquanto Harris aguardava sua execução iminente. Chegou, inclusive, a solicitar uma cerimônia de casamento antes do cumprimento da pena, sem sucesso.

Dagmar Polzin em entrevista no ano de 2001 / Crédito: Divulgação / YouTube / TV Globo

No entanto, um juiz emitiu uma suspensão de execução. Os promotores apelaram da decisão, desencadeando uma série de eventos legais que mudariam o rumo do caso.

A Suprema Corte da Carolina do Norte manteve a suspensão, marcando uma audiência para 20 de fevereiro para reavaliar o caso de Harris.

Seus advogados argumentaram que o julgamento original havia sido comprometido devido à substituição de júris, o que levou à sentença de morte.

A projeção do caso teria dado certo, visto que, a nova sentença, concluída em 2003, deu um novo rumo na trajetória de Bobby Lee Harris, como noticiou a revista Vogue.

Sua sentença de morte foi revogada e substituída por prisão perpétua, encerrando uma longa batalha legal. Desde então, o criminoso permanece encarcerado, sem novas atualizações.