Desde antes mesmo da internet, teoria conspiratória sobre morte de membros dos Beatles circulou o mundo todo; confira!
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/06/2023, às 11h00
Hoje, é muito comum se deparar com informações de todos os tipos na internet, desde notícias confiáveis até as falsas, sem mencionar as tão famosas teorias da conspiração. Afinal, quem nunca se deparou com alguma publicação apontando a morte de alguma pessoa famosa, baseada em pequenas mensagens subliminares?
Porém, embora isso pareça um fenômeno bastante exclusivo da modernidade pós-internet, desde antes mesmo de seu surgimento teorias conspiratórias do tipo já rodavam por todo o mundo. E um dos alvos mais famosos delas é o ex-membro dos Beatles, o britânico James Paul McCartney.
Ainda enquanto os Beatles estavam nos holofotes — sendo seu período de atividade entre 1960 e 1970 —, com grande fama em todo o mundo, a teoria de que Paul McCartney havia morrido começou a correr.
No site oficial do músico, ele menciona que quem começou com esse rumor foi um DJ dos Estados Unidos, que apontou ainda uma série de segredos na capa do álbum 'Abbey Road' (1969) que comprovariam a história.
De acordo com o site Tenho Mais Discos Que Amigos, a teoria conta que a placa de carro que aparece na capa de 'Abbey Road', "LMW281F", significa "Linda McCartney Weeps" ("Linda McCartney Chora", em português). Além disso, o "281F" também indicaria que ele teria 28 anos naquele momento, se estivesse vivo.
A teoria não acaba por aí: Paul é o único descalço na icônica capa dos Beatles atravessando a avenida, e também o único com o pé direito à frente, em vez do esquerdo. Por fim, também segura um cigarro com a mão direita, o que levantou suspeitas de aquele na foto ser um substituto, já que McCartney é canhoto.
No entanto, desde que a teoria começou a circular, o músico desmente. Ainda assim, desde aquela época existe muita gente que acredita que aquele que vive até hoje é, na verdade, um substituto, colocado no lugar do Paul original para não comprometer o sucesso meteórico da banda na época.
Ironizando toda a teoria, em 1993 Paul McCartney lançou um disco ao vivo onde provoca em diversos momentos sobre a teoria da conspiração. E a zoação começa já com o título, 'Paul is Live', uma clara resposta ao nome dado à teoria: 'Paul is dead'.
Na capa do novo álbum, que Paul também optou por tirar uma foto na Abbey Road, em Londres, é possível ver uma subversão de todos os elementos do icônico disco dos Beatles que a teoria apontava indicarem sua morte. Nele, a placa do carro foi mudada para o final "51IS" ("51 is", confirmando que ele estava, de fato, com 51 anos naquele momento), Paul agora usava sapatos, com o pé esquerdo a frente e a mão esquerda segurando a coleira de um cachorro.
Muitas drogas! As pessoas devem ter usado muitas drogas e começaram a procurar pelas respostas nos lugares errados!", afirmou Paul McCartney em seu site, respondendo uma pergunta sobre o que pensava da teoria conspiratória.
Ainda, o ex-Beatle justificou o fato de estar descalço na foto: "[...] isso aconteceu porque o dia estava muito quente. Eu havia chegado usando sandálias e as tirei em algumas das fotos. E em uma das fotos que usamos eu estava descalço. Então, sabe, naqueles dias as pessoas começaram a falar, 'Por que ele está descalço?' E eu dizia, 'Provavelmente estava quente e ele provavelmente tirou as suas sandálias!'"
E ele também revelou algumas situações inusitadas e brincou, alegando ter ficado paranoico na época. "[...] Literalmente as pessoas me ligavam e perguntavam, 'Você está morto?' E eu dizia, 'Bem, não. Estou aqui atendendo sua ligação!' E a resposta era, 'Bem, eu não posso ter certeza de que é você.' Então você começa a ficar paranoico em relação a você mesmo", lembrou.
Por fim, comentou que boa parte de sua vida se deu em meio a tentativas de se divertir, e foi por conta disso que decidiu brincar com a teoria, ao lançar 'Paul is Live', um compilado ao vivo do artista. "[...] a música é algo muito grandioso para ficar de saco cheio! Conheço muita gente que está e apenas fazem as coisas por fazer. Então no meu caso eu penso, 'Bem, para nós isso faz a vida melhor.'"
