Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Astronomia

O que se sabe sobre o planeta possivelmente habitável descoberto próximo da Terra

O corpo celeste pode ter temperaturas propícias para a água líquida e até mesmo um campo magnético

Ingredi Brunato Publicado em 09/02/2023, às 21h00 - Atualizado em 16/02/2023, às 14h15

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Ilustração que imagina como seria a superfície de Wolf 1069b - Divulgação/ NASA/ Ames Research Center/ Daniel Rutter
Ilustração que imagina como seria a superfície de Wolf 1069b - Divulgação/ NASA/ Ames Research Center/ Daniel Rutter

Em fevereiro, uma equipe do Instituto Max Planck de Astronomia (ou 'MPIA', em sua sigla em inglês), descobriu um exoplaneta (ou seja, um planeta situado fora de nosso Sistema Solar), que pode ser propício para a existência de vida. 

De tamanho semelhante à Terra, o corpo celeste recém-encontrado também orbita uma estrela, a "Wolf 1069", sendo batizado de Wolf 1069b em homenagem a ela. Vale mencionar que, diferentemente de nosso Sol, categorizado como uma anã amarela por conta de sua massa intermediária, a Wolf 1069 é uma anã vermelha, possuindo, portanto, pouca massa em comparação a outros astros. 

O exoplaneta que a orbita, entretanto, está localizado na chamada "zona habitável", em que sua distância em relação à estrela permite atmosferas com temperaturas que não são nem frias demais (como Júpiter, por exemplo, que está sempre pelo menos cem graus Celsius abaixo de zero) e nem quentes demais. 

Outro detalhe que empolgou os cientistas é a proximidade do corpo celeste, que está a "somente" 31 anos-luz de nós — em termos de escalas astronômicas, o Wolf 1069b pode ser considerado nosso vizinho espacial. 

Dúvidas 

Importante apontar que não é somente a distância em relação a uma estrela que determina a temperatura atmosférica de um planeta. Vênus, por exemplo, está na zona habitável de nosso Sistema Solar, mas sua superfície varia entre 460°C e 480°C devido às características específicas de sua atmosfera, que criam um intenso efeito estufa, segundo explicado pelo portal Science Alert. 

Outro ponto importante para tornar a Terra habitável é seu campo magnético, que nos protege das partículas carregadas pelos ventos solares. Esse magnetismo, por sua vez, é gerado pelo núcleo terrestre, uma estrutura de metal fundido (ferro e níquel, principalmente) que se encontra parcialmente líquido devido ao intenso calor no interior de nosso planeta. 

Uma notícia boa é que as simulações de computador projetadas pelos pesquisadores que analisaram Wolf 1069b sugerem que o exoplaneta também pode possuir um núcleo fundido, tornando-o um candidato particularmente promissor entre os potenciais corpos celestes habitáveis já detectados através do Universo. 

Aspectos curiosos 

Como a Wolf 1069 é uma estrela pequena, o planeta recém-descoberto demora só o equivalente a 15,6 dias terrestres para completar seu movimento ao redor dela — bem diferente da Terra, que leva 365 dias e algumas horas para fazer o mesmo.

Modelo mostrando zona habitável (em verde) e local da órbita do exoplaneta (a linha branca) / Crédito: Divulgação/ MPIA

Outra diferença importante é que o exoplaneta fica sempre com o mesmo lado virado para a anã vermelha, de forma que metade dele vive um dia eterno, enquanto na outra metade é sempre noite. Existe ainda uma região intermediária chamada de "linha crepuscular", que separa a parte iluminada daquela mergulhada em escuridão. 

A faixa de temperatura propícia para a existência de água no estado líquido, por sua vez, que é a característica fundamental para a formação de vida, seria mais provável de ocorrer no lado ensolarado, ainda conforme a pesquisa. 

Em entrevista ao Science Alert, Diana Kossakowski, a líder do estudo, estimou que serão necessários mais dez anos de análises e avanços tecnológicos para que possamos determinar com razoável grau de certeza como é a atmosfera do Wolf 1069b . 


+ Para conferir o artigo científico que fez a descoberta, clique aqui