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Matérias / Grécia Antiga

A sexualidade na Grécia Antiga

Analisando tanto a própria sociedade grega quanto seus mitos, é possível perceber como a prática sexual era vital aos antigos

Redação Publicado em 16/01/2020, às 18h36

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Diana e Actaeon, pintura de Ticiano - Wikimedia Commons
Diana e Actaeon, pintura de Ticiano - Wikimedia Commons

A mitologia grega é carregada de teor sexual. A sexualidade de deuses e heróis antigos é, frequentemente, tema de muitas das histórias narradas nos mitos da Grécia. Em alguns momentos, ela pode ser tratada de maneira quase progressista quando, por exemplo, a masturbação é vista como natural; mas também pode ser conflituosa, com os estupros cometidos por Zeus, o maior dos deuses.

O historiador Paul Chrystal, entusiasta do assunto, coletou informações e organizou-as no livro In Bed with the Ancient Greek (Na Cama com os Gregos Antigos, em português). Na obra, ele narra os costumes sexuais da civilização antiga, que são tão peculiares quanto reveladores.

Cerâmica grega com cena sexual / Crédito: Getty Images

Na Grécia Antiga, a masturbação era tratada com normalidade, sendo considerada natural entre todas as pessoas. Eles acreditavam ainda que ela poderia ser um substituto ao sexo entre duas pessoas, considerada, assim, uma “válvula de segurança contra a frustração sexual”. O autor acredita que é por ser uma prática comum que a masturbação não estava tão presente na literatura da época.

A relação entre pessoas do mesmo sexo também era um fator comum à sociedade grega. Existiam lendas sobre a origem da sexualidade, especificamente no que diz respeito à relação entre homens adultos e jovens. Acreditava-se que Orfeu, poeta e músico da mitologia grega, apaixonou-se por um adolescente depois da morte de sua mulher.

Aristocrata e jovem gregos / Crédito: Wikimedia Commons

Esse tipo de relacionamento — entre um homem adulto e um jovem — levava o nome de pederastia. 

Em um dos rituais praticados pelos cretenses, um homem da aristocracia da região realizaria um “sequestro ritualístico”. Com o consentimento do pai do garoto, ele seria levado para o deserto, onde passaria muito tempo com seu “filetor” (“amigo”), aprendendo a caçar, entre outras habilidades, e também realizando festas com outros amigos do aristocrata. Ficaria subentendido que o sexo entre os dois fazia parte do ritual.

Outro ponto importante analisado por Paul Chrystal é a violência intrínseca à vida sexual de Zeus, o pai de todos os deuses. Os comportamentos arrogantes e autoritários podem ser observados nos inúmeros estupros cometidos por ele. Leda, filha do rei etólico Testius, Danae, uma princesa de Argos e Ganímedes, príncipe de Troia, foram algumas das vítimas do poderoso e dominador deus.

A partir dessas narrativas, é possível dizer que muito do pensamento sexista da sociedade daquele período ficava explícito na forma com que Zeus afirmava domínio sobre mulheres, em poucas vezes fazendo-o com homens.

Crédito: Wikimedia Commons

Ainda na mitologia grega, a figura do sátiro também carregava um enorme teor sexual. Normalmente representados com pênis ereto, o metade humano metade bode era visto como um grande masturbador. Acreditava-se ainda que eles estavam mais propensos a cometerem estupros, sodomias e necrofilias. 

*Com informações do History Extra;