Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / George Washington

A curiosas histórias sobre a dentadura de George Washington

O primeiro presidente dos EUA perdeu todos os seus dentes, e precisou depender de dentaduras feitas com materiais questionáveis; entenda!

Ingredi Brunato Publicado em 06/08/2023, às 09h45 - Atualizado em 13/09/2023, às 17h22

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Pintura de George Washington - Domínio Público via Wikimedia Commons
Pintura de George Washington - Domínio Público via Wikimedia Commons

George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos, teve problemas dentários durante toda a sua vida. Dos 20 anos em diante, ele sofreu com dores de dente, cáries e inchaços nas gengivas. 

Muitos dos dentes do general norte-americano foram arrancados por conta disso. Inclusive, quando ele subiu à presidência do país aos 57, tinha apenas um único dente na boca, já informou o Washington Post. 

Para tentar remediar esses problemas, Washington contava com inúmeras ferramentas de higiene bucal, realizava tratamentos de limpeza variados e se medicava com frequência. Além disso, usava dentaduras — teve pelo menos quatro desses objetos no decorrer de seus 67 anos de vida. 

Era muito importante que ele passasse a impressão de uma boa saúde bucal, ainda que não a tivesse, pois, uma deficiência física podia ser interpretada como fraqueza moral pelo pensamento da época, assim abalando sua autoridade. 

Existem ainda explicações variadas para a infeliz jornada bucal do presidente, como má alimentação, o consumo de altas doses de mercúrio, tóxico para o organismo, como parte do tratamento de malária, e a própria genética desfavorável. 

Matéria-prima peculiar

Um dos mais comuns rumores cercando a questão é que a figura histórica usava dentaduras de madeira, o que não é verídico. A verdade, no entanto, é estranha para nós que vivemos no século 21: isso, pois o homem que chefiou os Estados Unidos nos primeiros anos após a sua independência tinha uma mistura de próteses de marfim de hipopótamo.

Fotografia de dentadura de George Washington / Crédito: DIvulgação/ Treasures of Mount Vernon 

Ainda segundo apontado pelo Washington Post, a madeira não é uma boa matéria-prima para dentaduras, uma vez que é frágil, sendo sujeita a quebrar ou entortar com relativa facilidade. 

O marfim de hipopótamo, por outro lado, também não deixava de apresentar problemas: por ser um material muito duro, era uma fonte de desconforto constante para as pessoas da época que recorriam a essa opção. 

Já em relação aos dentes humanos, o portal Mount Vernon explica que existem registros históricos indicando que George Washington em certa ocasião comprou nove dentes de escravizados, a seguir enviando-os para um dentista. 

Embora não existam provas definitivas de que as dentaduras incluíam os dentes de indivíduos escravizados, vale enfatizar que a prática não era incomum para a época. Por vezes, aliás, cidadãos de classes mais baixas necessitando de dinheiro também vendiam seus dentes para serem usados na criação de dentaduras para a elite. 

Fotografia de dentadura de George Washington / Crédito: DIvulgação/ Treasures of Mount Vernon 

Por mais horrível que o uso de dentes humanos em dentaduras pareça à nossa sensibilidade moderna, os dentistas os consideravam 'sempre preferíveis quando podem ser obtidos' (...) O general certamente não estaria sozinho como um sulista branco com dentes de afro-americanos na boca", explicou a historiadora Jennifer Van Horn em entrevista ao Daily Jstor.