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Matérias / James Cameron

Por que James Cameron foi contra a construção da usina de Belo Monte?

Em 2010, o diretor de cinema por trás da franquia Avatar chegou a participar de manifestações contrárias à usina no Brasil

Redação Publicado em 21/05/2023, às 09h00 - Atualizado em 17/08/2023, às 14h44

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Fotografia de James Cameron - Getty Images
Fotografia de James Cameron - Getty Images

James Cameron é um famoso cineasta norte-americano responsável por realizar a direção de alguns dos mais bem-sucedidos filmes de Hollywood, como Aliens (1986), Titanic (1997), O Exterminador do Futuro (1984) e O Exterminador do Futuro 2 (1991), além da mais recente franquia Avatar, que estreou em 2009 e ganhou uma sequência em 2022. 

No ano de 2010, no entanto, o profissional estadunidense chamou atenção internacional não apenas por seus trabalhos no cinema, mas também por uma viagem ao Brasil durante a qual se engajou com ativismo político, posicionando-se publicamente a respeito da questão da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. 

Cercada de controvérsias, a obra foi proposta pela primeira vez na década de 80, mas foi iniciada de fato em 2011, durante o segundo mandato do presidenteLuís Inácio Lula da Silva (PT). Já sua inauguração ocorreu em 2019, no governo de Jair Bolsonaro.

A polêmica Belo Monte 

Fotografia aérea de Belo Monte / Crédito: Divulgação/ Norte Energia S.A.

A usina fica situada na bacia hidrográfica do Rio Xingu, localizada no Pará, usando o fluxo do corpo d'água para gerar energia — e um detalhe importante de se enfatizar aqui é que, embora sua capacidade energética seja de 11,2 Gigawatts (GW), durante a seca do rio a produção da hidrelétrica é reduzida drasticamente.

Em setembro de 2021, por exemplo, Belo Monte estava produzindo apenas 244 megawatts (MW) de energia, cerca de 2,2% do total prometido, conforme repercutiu o portal Poder 360 na época. 

Não é só devido ao seu desempenho insatisfatório, no entanto, que a hidrelétrica paraense gerou tanta resistência antes de sair do papel, com o principal motivo de oposição sendo seu impacto ambiental.

Isso, pois, o alagamento da zona ocupada pela hidrelétrica não apenas destruiu a vegetação nativa às margens do Rio Xingu, como também expulsou da região as comunidades ribeirinhas indígenas que tiravam do corpo d'água seu sustento. 

Essas preocupações ambientais não apenas mobilizaram diversas figuras públicas no Brasil, mas também alcançaram nomes internacionais, tais como James Cameron, justamente. 

O ativismo de Cameron 

James Cameron em encontro com tribo indígena / Crédito: Divulgação/ Youtube/ Amazon Watch

O diretor de Titanic participou de protestos contrários à realização do projeto em 2010. Em entrevista ao jornal O Globo no período, ele explicou o motivo por trás de seu posicionamento: 

Fui até Altamira [onde fica Belo Monte] e participei de um encontro com 80 líderes de tribos indígenas (...) Eles me explicaram que a hidrelétrica vai causar um dano irreparável ao ecossistema. Eles não vão mais poder pescar nem caçar, vão perder suas terras. Estão lutando há mais de 20 anos contra esta represa. ", explicou o cineasta. 

"Esse é um processo que ignora os afetados pelo projeto. Eles não têm voz, estão sendo excluídos do processo político de construção da usina", afirmou Cameron ainda em uma outra ocasião, segundo repercutido pelo g1. 

Preocupado com o problema do aquecimento global, o artista de Hollywood ainda prometeu entrar em contato com o governo dos Estados Unidos para tentar interferir na construção da hidrelétrica: 

Se evitar o aquecimento global significa preservar a floresta amazônica, então os Estados Unidos devem contribuir, inclusive financeiramente (...) Esta não é uma questão só do Brasil, mas do mundo todo. Vou para Washington para conversar com senadores", afirmou na época.