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Matérias / Personagem

Quem é o homem mais rico da Rússia?

Conheça Vladimir Potanin, o poderoso oligarca que recentemente enviou uma mensagem de alerta à Putin

Redação Publicado em 03/04/2022, às 09h00

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Trecho de entrevista com Vladimir Potanin em seu escritório, onde existe um retrato dele com Vladimir Putin - Divulgação/ Youtube/ Норникель
Trecho de entrevista com Vladimir Potanin em seu escritório, onde existe um retrato dele com Vladimir Putin - Divulgação/ Youtube/ Норникель

Vladimir Potaninadquiriu boa parte de sua fortuna após a queda da União Soviética, quando a Rússia passava por um período de privatização de suas agências estatais.

O governo da época adotou a estratégia de pedir empréstimos para empresários em troca de ações dentro de suas empresas dedicadas à exploração de recursos naturais.

Frequentemente, porém, o Kremlin acabava sem condições para pagar suas dívidas, de forma que essas indústrias passavam para o nome dos russos que emprestaram o dinheiro, segundo relembrado pelo site do Pequenas Empresas & Grandes Negócios. 

Foi assim que Potanin passou a controlar a Norilsk Nickel, empresa que lidera o mercado internacional de mineração e refinamento de níquel e de paládio. O oligarca tradicional é, atualmente, o CEO e acionista majoritário dessa companhia. 

No prejuízo

O bilionário possui hoje um patrimônio líquido de 26 bilhões de dólares, de acordo com a Forbes, porém embora essa fortuna faça com que seja o homem mais rico de toda a Rússia, a verdade é que Potanin perdeu por volta de 5 bilhões desde a invasão da Ucrânia pelo exército russo. 

Além do prejuízo financeiro, o empresário precisou sair de organizações influentes das quais participava, como o Conselho de Relações Exteriores de Nova York e o grupo de curadores do Museu Guggenheim, que fica na cidade nova-iorquina de Manhattan. 

Trecho de entrevista com Vladimir Potanin / Crédito: Divulgação/ Youtube/

Общероссийский гражданский форум

Ainda no assunto do envolvimento do ricaço com a cultura, um levantamento do Coletivo de Dados Anti-Corrupção determinou que Potanin foi um entre três bilionários russos responsáveis por doações que somam 300 milhões de dólares a ONGs norte-americanas entre 2000 e 2020, conforme o portal Bloomberg. 

O bilionário é ativo no campo da filantropia, tanto que possui sua própria fundação filantrópica que atua na Rússia, e foi o primeiro empresário do país a participar da "The Giving Pledge", organização global de caridade iniciada por Bill e Melinda Gates. 

Potanin e o Kremlin

A influência e respeito conquistados pelo oligarca russo junto a entidades internacionais, todavia, podem ter se perdido após a guerra da Ucrânia, que foi começada pelo Kremlin no último dia 24 de fevereiro.

A despeito dessas perdas, vale mencionar que o CEO da Norilsk Nickel não foi alvo de sanções econômicas até o momento. E isso que seus laços com o governo russo já foram apontados por um documento do Departamento do Tesouro dos EUA chamado "Lista Putin", conforme informações do site Insider.

Vale dizer ainda que, durante uma entrevista ao Financial Times daquele mesmo ano, Potanin também admitiu que, ocasionalmente, jogava jóquei no gelo com o próprio Vladimir Putin.

Trecho de entrevista com Vladimir Potanin / Crédito: Divulgação/ Youtube/

РБК Инвестиции

Talvez tenha sido essa proximidade, ou então simplesmente desejo de evitar maiores prejuízos, que levou o oligarca a enviar uma mensagem ao presidente da Rússia no último dia 12 de março, através de um comunicado no Telegram do Norilsk Nickel.

Putin considerava então congelar os ativos de empresas internacionais que abandonaram o território russo em ocasião do conflito na Ucrânia, algo que Potanin o advertiu para não fazer: 

"Em primeiro lugar, isso nos levaria de volta cem anos, até 1917, e as consequências de tal passo - desconfiança global da Rússia por parte dos investidores - experimentaríamos por muitas décadas", afirmou o bilionário, segundo repercutido pela CNN.

"Em segundo lugar, a decisão de muitas empresas de suspender as operações na Rússia é, eu diria, um tanto emocional por natureza e pode ter sido tomada como resultado de uma pressão sem precedentes da opinião pública no exterior. Provavelmente elas irão voltar e, pessoalmente, eu manteria essa oportunidade aberta”, completou ele.