Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

Quem eram os brasileiros mortos em combate durante a Guerra da Ucrânia?

André Hack Bahi, Thalita do Valle e Douglas Búrigo são alguns dos brasileiros que participaram da Guerra da Ucrânia

Fabio Previdelli Publicado em 10/07/2022, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2022, às 20h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
André Hack Bahi, Thalita do Valle e Douglas Búrigo, brasileiros vítimas da Guerra na Ucrânia - Divulgação
André Hack Bahi, Thalita do Valle e Douglas Búrigo, brasileiros vítimas da Guerra na Ucrânia - Divulgação

Desde do início da invasão russa à Ucrânia, no final de fevereiro deste ano, o país comandado pelo presidente Volodymyr Zelenski vem recebendo ajuda humanitária e apoio no campo de combate de diversas nações, entre elas o Brasil. 

No dia 5 de junho, porém, o combatente André Hack Bahi se tornou o primeiro brasileiro morto durante o conflito, sendo abatido em uma missão realizada em Sieverodonetsk, ao leste do país. 

O Itamaraty confirmou oficialmente a morte de outros dois combatentes brasileiros: Douglas Búrigo e Thalita do Valle, que foram atingidos por um bombardeio russo em Kharkiv, no dia 30 de junho. 

Saiba mais sobre a história de vida dos três brasileiros que morreram em conflitos na Ucrânia. 

André, a primeira perda

André Hack Bahi, de 43 anos, foi morto no dia 5 de junho, quando participava de uma missão realizada em Sieverodonetsk, ao leste da Ucrânia. Segundo o UOL, porém, seu corpo só foi cremado no último dia 2, sábado, sendo que suas cinzas foram levadas para o Ceará, onde o combatente vivia com a esposa e a filha de apenas 2 anos de idade. 

O brasileiro já tinha experiência em combates em solo estrangeiro. Há seis anos, por exemplo, ele havia participado de uma missão na Costa do Marfim. Segundo familiares, na ocasião, ele acabou sendo baleado com quatro tiros no peito, só sobrevivendo por conta do uso de coletes à prova de balas. 

Por conta da ação, André acabou sendo hospitalizado por cerca de 60 dias, onde se recuperou de fraturas na mandíbula, no tórax e também de um traumatismo craniano. Apesar dos ferimentos, jamais pensou abandonar o campo de batalha. 

Ele falou: 'Mana, eu quero ajudar as pessoas. Se precisar morrer, eu vou morrer'. E foi o que aconteceu, ele morreu em combate. O meu irmão tinha essa força de salvar vidas e de lutar por um país que nem era dele. Ele vai permanecer vivo para sempre no meu coração", relatou ao UOL a irmã do combatente, Letícia Hack

Um fato curioso é que Hack Bahi costumava a levar em sua mochila uma bandeira brasileira, que fazia questão de mostrar em suas missões. Fotos de André segurando o símbolo nacional chegaram a viralizar nas redes sociais pouco antes de sua morte. 

Thalita, a ex-modelo e atiradora de elite

Aos 39 anos, a brasileira Thalita do Valle faleceu de asfixia após tentar encontrar proteção dentro de um bunker depois que um bombardeio equipado com um morteiro de carga incendiária atacou a região de Kharkiv.

Nascida em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Thalita é oriunda de uma família com veias artísticas, o que explica o fato dela estrelar peças mirins durante sua juventude. Após atuar como modelo fotográfica, aos 18 anos, a brasileira encontrou no ativismo à causa animal mais um motivo para lutar. 

Thalita do Valle/ Crédito: Divulgação/YouTube/UOL

Há três anos, ela participou das buscas da tragédia de Brumadinho (MG) e também se alistou como socorrista do exército curdo no Iraque, que enfrentava o Estado Islâmico. Nesta mesma época, acabou se tornando atiradora de elite. 

"A Thalita era do exército feminino [no Iraque] e integrava uma linha de frente com atiradoras de elite. A função primária dela era fazer o resgate, como socorrista”, explica Théo Rodrigues Vieira, irmão da combatente, ao UOL.

Mas também fazia a cobertura para quem estava avançando. Era uma heroína, e a vocação dela era salvar vidas, correndo atrás de missões humanitárias", completa. 

Douglas, no pelotão

Douglas Búrigo, de 40 anos, é tratado como o “herói” do pelotão. Não à toa, deu sua vida para tentar salvar a de Thalita. "O Douglas decidiu voltar. Ele acabou arriscando a própria vida para salvar a colega. Morreu como um herói", afirmou o tenente Sandro Carvalho da Silva, comandante do batalhão e sobrevivente do ataque. 

Por conta do ato, a prefeitura de São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, decretou luto oficial de três dias pela morte de Douglas. Além do mais, o prefeito e vice-prefeito da cidade visitaram os pais do combatente abatido para demonstrarem sua solidariedade. 

Douglas Búrigo/ Crédito: Divulgação/YouTube/UOL

Conforme aponta o UOL, antes do ataque que culminou com a morte de Búrigo, ele já havia enviado um áudio para um amigo, onde relatou o medo de perder a vida e também confidenciou um último desejo. 

Tô apavorado. Abateram um colega nosso. Não sei se eu volto vivo pro Brasil. Mas, se eu não voltar vivo, eu quero que vá a bandeira pra mim", disse.