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Matérias / Crimes

Sonja Farak, a mulher que arruinou 30 mil julgamentos nos Estados Unidos

Durante oito anos, a cientista foi responsável pela análise de substâncias ilícitas em um laboratório de Massachusetts — testes estes que ela fazia sob a influência de drogas diariamente

Pamela Malva Publicado em 31/05/2020, às 10h00

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Sonja Farak em seu julgamento - Divulgação
Sonja Farak em seu julgamento - Divulgação

Sempre que algum habitante de Massachusetts é pego em posse de drogas, as substâncias ilícitas são enviadas para um cientista em especial. No laboratório Amherst, o profissional é responsável pelo teste das amostras apreendidas.

Por 8 anos, entre 2005 e 2013, quem ocupava esse cargo era Sonja Farak. Com uma adolescência conturbada, entretanto, a especialista foi acusada de crimes bizarros enquanto trabalhava para o Estado.

No geral, Sonja deveria observar as amostras de drogas que chegavam ao laboratório e passar os resultados para o júri. Assim, o suposto criminoso teria seu julgamento embasado em provas científicas e na droga que possuía quando foi abordado.

Entre as paredes do laboratório, no entanto, Sonja não apenas testou as drogas, como também as consumiu. Descoberto seu esquema sórdido, mais de 30 mil casos julgados pelo tribunal de Massachusetts passaram a ser questionados.

Sonja em um de seus julgamentos / Crédito: Divulgação

Uma jovem instável

Protagonista da nova série documental da Netflix, Perícia viciada, Sonja cresceu com uma condição de saúde mental bastante séria. No ensino médio, segundo a Rolling Stone, fez uma tentativa de suicídio e buscou ajuda.

Chegando na idade adulta, agora já recuperada, Sonja entrou na faculdade e conseguiu o emprego como química no Laboratório de Crime de Amherst. Suas semanas eram repletas de pós brancos, substâncias ilícitas e relatórios criminais.

Um dia, entretanto, ela decidiu mudar a rotina e experimentar algumas das amostras presentes no laboratório. A jovem Sonja, então, entrou em uma espiral de drogas, mentiras e falsas aparências que prejudicaria milhares de pessoas além dela mesma.

Imgem meramente ilustrativa de mulher em laboratório / Crédito: Divulgação/Pixabay

A descoberta de um ritual bizarro

Entre o final de 2013 e o começo de 2014, um cachimbo usado e restos de cocaína foram encontrados na parte de baixo da mesa de Sonja. Não restavam mais dúvidas: a química trabalhava sob efeito de drogas todos os dias.

Os casos dos quais ela participou logo foram questionados e as análises feitas por Sonja viraram alvo de dúvida estatal. O insólito vício da cientista química poderia, basicamente, mudar o veredito de 30 mil sentenças julgadas em Massachusetts.

Mais tarde, durante o julgamento da própria Sonja, ficou claro que ela frequentava seu trabalho sob a influência de diversas substâncias. Entre as mais frequentes estavam metanfetamina, quetamina, cocaína e LSD.

Sonja Farak frente ao júri / Crédito: Divulgação

O julgamento de uma viciada

Em janeiro de 2014, Sonja Farak foi condenada a 18 meses de prisão por roubar a cocaína disponibilizada pelo laboratório e por consumir as drogas usadas nos testes. Ela cumpriu sua sentença atrás das grades e foi solta em menos de dois anos.

Além de questionar os milhares de casos nos quais Sonja prestou seus serviços, o caso ainda trouxe à tona um possível escândalo de corrupção. No final, a polêmica colocou em xeque o trabalho do escritório do procurador-geral de Massachusetts — que teria ignorado os condenados injustamente pelos erros da cientista.

Em entrevista, Charlie Baker, o governador do estado à época, declarou que uma grande verba estatal teria de ser realocada para lidar com o caso repentino. O político afirmou ainda que Massachusetts faria o máximo para “garantir que as pessoas afetadas tenham direito a uma participação nos diálogos” referentes às sentenças equivocadas.


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