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Matérias / Personagem

Teruo Nakamura, o soldado da Segunda Guerra que só se rendeu 29 anos depois

Em um isolamento de décadas, o combatente prosseguiu representando o exército japonês e não desistiu do dever militar — que terminou em 1945

Wallacy Ferrari Publicado em 08/07/2020, às 11h47

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Fotografia de Teruo durante homenagem aos sobreviventes da Segunda Guerra - Divulgação / Alchetron
Fotografia de Teruo durante homenagem aos sobreviventes da Segunda Guerra - Divulgação / Alchetron

De origem taiwanesa, Teruo Nakamura nasceu na então colônia japonesa com o nome Attun Palain em sua língua nativa. Por ser um país colonizado, o Japão aproveitou o território, suprimentos e população de Taiwan para ajudar em uma das fases mais difíceis que o país asiático já enfrentou: a Segunda Guerra Mundial.

Ganhou o nome de Teruo quando foi obrigado a se alistar na Unidade Takasago do Exército Imperial Japonês, sendo registrado com um nome na língua estrangeira para facilitar seu registro. Em 1943, foi enviado para a ilha Morotai, na Indonésia, por onde ficaria durante um longo período de tempo.

Em setembro de 1944, as tropas aliadas conseguiram tomar o controle da ilha, fazendo o exército de Teruo recorrer ao exílio e fuga para evitar uma tragédia. Sem comunicação direta com os oficiais japoneses, a tropa se deslocou para redutos em florestas na ilha, mas, em 1950, Nakamura decidiu se separar do grupo, iniciando um isolamento de décadas.

Fotografia de Teruo Nakamura em plano retrato / Crédito: Divulgação/Facebook

Na natureza selvagem

Sem saber que a Guerra já havia acabado, ele manteve a postura militar, trajando o uniforme que o exército japonês concedeu. Para sobreviver, reuniu os conhecimentos de infância na selva e construiu uma cabana para morar, vivendo de suprimentos obtidos na floresta, como frutas, verduras e até a caça. Raramente se deslocava para os centros urbanos, mas fez algumas raras aparições para obter ferramentas, sempre de maneira discreta.

Um fator que fez Teruo acreditar ainda mais que ainda estava em guerra foi a constante circulação de aviões em cima de sua cabana; com pouca educação, as informações que recebeu quando ainda esteve com as tropas é de que uma corrida armamentista mortal era eminente, fazendo o soldado acreditar que a selva ainda era um local mais seguro do que os centros urbanos.

As aeronaves, no entanto, eram apenas resultado de um infeliz mal-entendido; há poucos quilômetros de sua cabana, havia uma base aérea do governo indonésio, fazendo a circulação de aviões ser exclusivamente intensa naquela região. Se por um lado essa confusão isolou Teruo, por outro foi responsável por identificar a misteriosa cabana no meio do mato.

Estátua em homenagem ao soldado na ilha de Morotai / Crédito: Divulgação/TripAdvisor/Mr.KoMoDo

O resgate do soldado Teruo

Em dezembro de 1974, um voo de reconhecimento partindo da base aérea identificou um clarão na mata, relatando que uma espécie de homem selvagem estava circulando nu na selva. No mesmo mês, a embaixada do Japão acionou a assistência do governo da Indonésia para realizar as buscas em Morotai, descobrindo Teruo com apenas trapos de roupa enquanto coletava lenha.

Amplamente divulgado na mídia como um cidadão honrado, o homem enfrentava um problema diplomático; durante sua estadia na floresta, Taiwan deixou de ser colônia do Japão, propondo ao homem a possibilidade de se naturalizar no país de sua preferência. Teruo preferiu a terra-natal, causando um mal-estar com o governo japonês, que inicialmente não fez questão de compensar o homem financeiramente pelos serviços prestados.

O governo taiwanês e a população japonesa, entretanto, fizeram questão de acolher o ex-combatente com respeito, mobilizando o governo japonês para mudar a postura em relação ao amparo de Teruo. A pressão funcionou e o Japão voltou atrás, concedendo uma quantia significativa ao rapaz. No país-natal, foi renomeado como Lee Guan-Rui e morreu em 1979, aos 59 anos, vítima de um câncer de pulmão.


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