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Matérias / Entretenimento

A trágica morte do filho de três anos de Eric Clapton que inspirou uma música vencedora de três Grammys

Uma série de incidentes no início da década de 1990 transformou o guitarrista boêmio em um homem isolado e responsável

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 28/02/2020, às 07h00 - Atualizado às 07h35

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Montagem com Conor (à esq.) e Eric junto a Lori, pais de Conor (à dir.) - Getty Images
Montagem com Conor (à esq.) e Eric junto a Lori, pais de Conor (à dir.) - Getty Images

Eric Clapton sempre levou uma vida boêmia: tinha dificuldades para se aproximar de pessoas que decepcionou ao longo da vida, como o ex-amigo George Harrison, que se afastou após Eric "roubar" sua primeira esposa. Os relacionamentos amorosos de Eric também não transpareciam tranquilidade: Pattie Boyd o largou afirmando que era impossível ser companheira de uma pessoa tão afundada em infidelidade.

Porém, o estopim para o choque de realidade foi um acidente: seu amigo de estrada, Stevie Ray Vaughan, e dois outros membros de sua banda morreram tragicamente em um acidente de helicóptero enquanto estavam em turnê.

Abalado, o guitarrista decide ficar limpo e tentar restabelecer seus laços com pessoas da sua vida. Entre elas, sua ex-esposa, a modelo Lori Del Santo, e seu filho Conor. Buscando exercer alguma responsabilidade de forma que não continuasse sendo um pai ausente, Clapton convidou o filho, que morava com a mãe na Itália, para passar alguns dias próximos ao pai, em Nova York. Ao chegar, Lori e Conor, se hospedaram em um apartamento de um amigo da modelo, no 53° andar.

Eric e Conor, em uma das raríssimas fotos juntos - Créditos: Divulgação

Conor, de apenas 4 anos, tinha pela primeira vez um momento com o pai distante. De acordo com Lori, nos dias que antecedem o trágico acidente, Conor teve pela primeira vez uma figura paterna. "Era a primeira vez que Eric passava algumas horas sozinho com nosso filho. Conor, por sua vez, estava muito emocionado pelo dia tão maravilhoso que havia passado com o pai", contou Lori, em entrevista para a jornalista Lisa Sewards, em 1999.

Eric estava se empenhando para ter um fim de semana inesquecível com o filho, porém, não esperava que o dia 20 de março de 1991 se tornasse inesquecível de maneira negativa. O filho, que se preparava para ir ao zoológico com o pai, quando, longe da visão da mãe e da empregada, que tinha acabado de limpar a vidraça da varanda e deixado aberta, foi até a varanda do apartamento. Conor, de baixa estatura e magro, atravessou o parapeito por volta das 11h00, caindo de mais de 50 andares.

Assim que notada a ausência de Conor, a mãe foi rapidamente avisada da queda, graças ao barulho do impacto absorvido no contato ao chão. Por uma altura de aproximadamente 150 metros, o filho foi localizado em um telhado de um prédio vizinho. Eric foi notificado em seguida e foi rapidamente ao local do acidente. Abalado e isolado de qualquer convívio social, as cordas de seu violão foram suas companheiras para a sua recuperação.

Eric e Lori acompanhando o cortejo funebre do venório de Conor - Créditos: Getty Images

Em 1992, falou pela primeira vez sobre o assunto em uma entrevista a apresentadora Sue Lawley, explicando que seu isolamento só foi resolvido com por via de uma terapia musical. Aproveitou a oportunidade também para mostrar sua nova composição, feita em homenagem ao falecido Conor: “[A música] se chama Tears in Heaven”. Daí em diante, sua tragédia pessoal se tornou seu segundo maior sucesso comercial.

Lançada em single, a música totalizou mais de 2.800.000 cópias vendidas, contando as versões físicas e digitais. Atingiu o segundo lugar na Billboard Hot 100, ranking das 100 músicas mais reproduzidas nos Estados Unidos, além de atingir o primeiro lugar no Canadá, Japão, Itália e Brasil. Indicado em cinco categorias do Grammy, venceu três, sendo a Melhor Performance Masculina em uma Música Pop, Gravação do Ano e Canção do Ano.

Trilha sonora do filme “Rush - Uma Viagem ao Inferno”, a música esteve na lista das 500 Maiores Canções de Todos os Tempos, promovida pela revista Rolling Stone. Apesar do sucesso comercial, Lori Del Santo se recusa a ouvir; toda vez que começa a tocar no rádio, desliga o aparelho ou vai para outro lugar onde a música não ecoe. Já Clapton não toca a música desde 2004, afirmando que já não a reproduz da maneira que externe seus sentimentos.


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