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Matérias / Personagem

O insólito roubo do cadáver de Charles Chaplin, 3 meses após ser enterrado

Digno de uma narrativa que poderia ter sido interpretada pelo próprio astro, o episódio revelou uma história cômica

Caio Tortamano Publicado em 19/02/2021, às 12h30

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Charles Chaplin em um de seus filmes - Divulgação/Youtube
Charles Chaplin em um de seus filmes - Divulgação/Youtube

No cemitério Corsier-sur-Vevey, localizado na Suíça, descansava o corpo de um dos mais célebres artistas de todos os tempos. Charles Chaplin morreu em 25 de dezembro de 1977, todavia, em março 1978, o cadáver foi roubado por dois homens que deixaram para trás a profanada cova do ator.

O sequestro do corpo de Chaplin moveu tanto a polícia da Suíça quanto a própria Interpol. Entretanto, os esforços não foram suficientes: nenhuma pista relevante, que pudesse localizar os suspeitos, foi encontrada. 

Na época, diversas teorias foram levantadas sobre quem poderia ser o autor do delito. Desde neonazistas, incomodados com a lendária paródia de Charles em O Grande Ditador, até admiradores do revolucionário ator que queriam enterrá-lo em seu país de origem, a Inglaterra.

Charles Chaplin em cena do filme O Grande Ditador / Crédito: Getty Images

Todavia, a realidade foi muito menos dura com ele: o corpo havia sido roubado por dois mecânicos inexperientes no mundo do crime. Durante dez semanas, a família ficou sem notícias, até receberem ligações dos ladrões de corpos.

Perceptivelmente nervosos pelo telefone, os ladrões pediram um valor inicial de resgate de 600.000 francos suíços (aproximadamente 2 milhões de reais em números atuais), ao qual a viúva de Charles, Oona Chaplin, negou.

Em uma situação digna dos filmes de Chaplin, os ladrões foram reduzindo o preço até chegarem na quantia de 100.000 dólares (ou 400.000 reais).

Oona aceitou o valor, mas tudo fazia parte de um plano da polícia para pegar os responsáveis pelo roubo do cadáver. Um policial a paisana iria fazer a entrega do dinheiro para os bandidos com o carro da família e, na hora, as autoridades prenderiam os sequestrados.

Todavia, um carteiro suspeitou que havia algo de errado quando viu um homem desconhecido dirigindo o automóvel da conhecida família e resolveu persegui-lo.

Sendo confundido com um dos criminosos, a polícia parou o carteiro e quando perceberam o engano, abortaram a missão. Os bandidos não desistiram e informaram com precisão que ligariam novamente para a família de Chaplin a fim de negociar o resgate às 9h30 da manhã do dia 17 de maio.

Charles Chaplin em O Grande Ditador (1940) / Crédito: Divulgação

Em uma nova operação, mais de 200 cabines telefônicas da cidade suíça de Lausanne foram vigiadas. Como consequência, as autoridades conseguiram parar um polonês de 24 anos, Roman Wardos, e seu cúmplice Gantscho Ganev, um búlgaro de 38 anos.

Os dois assumiram a culpa pelo sumiço, e afirmaram que cometeram o crime pelo dinheiro que conseguiriam com o resgate. Ambos tiveram a ideia de cometer tal ato quando se depararam com um caso parecido no jornal. 

Todavia, a falta de experiência e ingenuidade dos ladrões levou Oona a perdoá-los rapidamente. O criminoso que arquitetou o plano foi condenado a quatro anos e meio de trabalhos forçados e o comparsa à um ano e meio.

O cadáver, afinal, estava enterrado em um campo de trigo, que só foi localizado dias depois a um quilômetro da residência dos Chaplin.

Túmulo de Charles Chaplin, em Lausanne, na Suíça / Crédito: Wikimedia Commons

Como a paisagem agradou a viúva, ela cogitou deixar o corpo ali mesmo. Todavia, os restos de Chaplin voltaram para o local de origem e acabaram sendo cobertos com cimento, para que seu cadáver não tenha que passar por mais aventuras como essa.


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