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Matérias / Albert Einstein

A verdadeira relação de Einstein com a criação da bomba atômica

Albert Einstein, físico alemão e um dos maiores gênios da história, é sempre referido como um importante pilar para a criação da bomba atômica; entenda!

Éric Moreira Publicado em 11/02/2024, às 12h00

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Albert Einstein (à esqu.) e explosão da bomba atômica em Nagasaki (à dir.) - Domínio Público
Albert Einstein (à esqu.) e explosão da bomba atômica em Nagasaki (à dir.) - Domínio Público

'Einstein e a Bomba' é o novo documentário que chegará à Netflix no próximo dia 16, e retratará não só a vida pessoal de Albert Einstein, um dos maiores gênios que já existiu, como também seu relacionamento complexo com a Alemanha Nazista, a bomba atômica e suas consequências devastadoras no Japão. Dirigido por Anthony Philipson, quem dará vida ao físico alemão será o ator irlandês Aidan McArdle.

A partir de pontos-chave da verdadeira vida de Einstein, com uma mistura de imagens de arquivo e dramatizações, a produção vai explicar de maneira objetiva como seu trabalho "mudou o curso da história para sempre".

"O que aconteceu depois que Einstein fugiu da Alemanha nazista? Usando imagens de arquivo e suas próprias palavras, o docudrama mergulha na mente de um gênio torturado", descreve a sinopse.

Embora muitos pensem que Einstein esteja diretamente relacionado com a criação da bomba atômica, uma das criações mais mortais e destrutivas já feitas na humanidade, aquele que realmente é considerado "pai" dessa arma é o físico teórico americano Julius Robert Oppenheimer. Mas afinal, qual a verdadeira relação do alemão com esse invento? Entenda!

Equação que mudou tudo

Em 1905, Einstein publicou dois artigos sobre a Teoria Especial da Relatividade (ou Teoria da Relatividade Restrita), onde apontou algumas propriedades, até então, inéditas da luz e do tempo que, por fim, culminariam em uma "conclusão muito interessante", nas palavras dele mesmo.

Ao contrário do que a comunidade científica tinha como consenso há muito tempo, ele propôs que massa e energia eram formas diferentes de uma mesma coisa, ao que surgiu a famosa fórmula E = mc².

Antiga fotografia de Albert Einstein / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

De maneira simplificada, essa afirmação de que massa e energia poderiam ser uma mesma coisa chamou atenção para novas formas de energia serem exploradas. Foi assim que, em dezembro de 1938, os físicos alemães Otto Hahn e Fritz Strassman descobriram um processo chamado fissão nuclear.

Nele, o núcleo de um átomo é dividido e pode liberar uma quantidade extremamente grande de energia. E foi essa descoberta, então, que iniciou as pesquisas para a criação da bomba atômica.

Projeto Manhattan

Nos meses que se seguiram à descoberta de Hahn e Strassman, a Alemanha viveu um período histórico e político conturbado, com a eventual ascensão de Adolf Hitler, que decretaria o Terceiro Reich e a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Nesse contexto, a tecnologia de fissão nuclear e a possível utilização em bombas pelos alemães representavam um fator de risco não só na Europa, como no mundo todo.

Vale mencionar que Einstein, bem como muitos outros cientistas europeus, fugiu da Alemanha rumo aos Estados Unidos durante a ascensão do regime nazista. Em agosto de 1939, compreendendo o risco que a fissão nuclear nas mãos dos alemães, redigiu uma carta ao então presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt sobre as pesquisas de Hahn e Strassman, e mencionou a possibilidade de a Alemanha utilizar dessa tecnologia para criar armas destrutivas.

+ O que dizia a carta assinada por Einstein que motivou a criação da bomba atômica

O ex-presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt / Crédito: Foto por FDR Presidential Library & Museum pelo Wikimedia Commons

Nesse cenário, o físico alemão instou o governo dos Estados Unidos a iniciar sua própria investigação sobre armas nucleares, enfatizando a importância de manter-se à frente dos nazistas neste campo em prol da segurança nacional.

Em resposta, Roosevelt criou um comitê de representantes civis e militares para estudar o urânio, utilizado em cadeia de fissões, em 1939, o que foi o primeiro passo para a criação do Projeto Manhattan. Já a guerra explodiria pouco após a carta de Einstein, em setembro daquele ano.

Einstein não trabalhou no projeto

Embora tenha sido o próprio Einstein que alertou o governo norte-americano das pesquisas dos alemães, além de incentivar o início de pesquisas por parte dos americanos, o cientista ainda foi considerado um risco à segurança do país, não somente por ser alemão, mas também por suas opiniões políticas voltadas à esquerda, explica o site Business Standard.

Em julho de 1940, ele teve a autorização de segurança negada pelo Escritório de Inteligência do Exército dos EUA, e os cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan também foram proibidos de consultá-lo.

Grupo de cientistas envolvido no Projeto Manhattan / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Vale lembrar que, não se sabe se Einstein queria trabalhar ou não no projeto. Além disso, quando questionado posteriormente sobre seu papel nas pesquisas norte-americanas, ele disse: "Se eu soubesse que os alemães não conseguiriam desenvolver uma bomba atômica, não teria feito nada", enfatiza o Museu Americano de História Natural.

A bomba

O fim da história do desenvolvimento da bomba atômica todos já sabemos. Mesmo após a morte de Hitler em 30 de abril de 1945, a guerra seguiu, com os inimigos dos Aliados (uma união entre Inglaterra, França, Estados Unidos e URSS) sendo os japoneses (que compunham o Eixo, ao lado da Alemanha e da Itália).

Porém, o conflito chegaria oficialmente ao fim em setembro de 1945, depois dos assombrosos bombardeios nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em agosto.

No entanto, antes disso, em julho, 68 dos cientistas envolvidos no Projeto Manhattan assinaram um documento chamado petição Szilárd, em que se opunham à utilização da bomba atômica por razões morais, devido ao seu grande poder destrutivo — que ainda seria visto em prática.

Albert Einstein e Leó Szilárd / Crédito: Foto por Time Life Pictures pelo Wikimedia Commons

Nesse contexto, foi estabelecido formalmente o Comitê de Emergência de Cientistas Atômicos (ECAS) em 1946, o qual Einstein fundou, ao lado de Leó Szilárd, e também foi presidente. O grupo tinha como objetivo alertar as pessoas sobre os perigos das armas nucleares, além de promover apenas o uso pacífico da energia nuclear.