Robert K. Ressler relata em "Mindhunter Profile" como acompanhou o caso de Dahmer em 1991
Rafaela Bertolini, sob a supervisão de Isabella Bisordi Publicado em 05/10/2022, às 19h20
Robert K. Ressler foi um dos agentes do FBI mais importantes de todos os tempos. Responsável pela criação do termo "serial killer" nos anos 70, quando passou a integrar o quadro de investigadores do bureau, Ressler foi pioneiro de ato de traçar perfis psicológicos de assassinos e psicopatas para compreender seu modus operandi e ajudar na investigação de futuros casos.
Foi assim que ele acabou conhecendo serial killers como Jeffrey Dahmer, cujo caso veio a tona em 1991, com alta repercussão midiática. Dahmer foi acusado de praticar atos de violência sexual, mutilação, canibalismo e necrofilia em 17 vítimas feitas entre 1978 e 1991.
E embora Ressler tenha acompanhado o caso de perto, o agente já estava aposentado na época em que o assassino passou a ser investigado. Contudo, a experiência do investigador fez com que ele fosse convidado para uma consultoria especial sobre o caso.
No livro "Mindhunter Profile", Robert conta que ao longo dos anos, ele ministrou diversos cursos itinerantes sobre como avaliar a personalidade de criminosos e elaborar seus perfis psicológicos. Foi assim que um detetive da polícia de Milwaukee acabou conhecendo o trabalho de Ressler e lhe enviando uma carta agradecendo por seus ensinamentos, que aparentemente ajudaram nas investigações do caso de Jeffrey Dahmer.
Mais tarde, no final de 1991, Ressler foi contatado tanto pelos advogados de defesa quanto os de acusação do caso Dahmer para que ele prestasse sua curadoria especializada que colaboraria com as investigações.
Optando por trabalhar com a defesa de Dahmer, Robert foi incompreendido por muitos antigos colegas de trabalho e leigos. Mas ele explica que era capaz de entender esses crimes e o estado mental do assassino sem esquecer das 17 vítimas feitas no caso. Assim, ele diz que como defende um sistema judiciário que seja capaz de lidar com casos difíceis como o de Jeffrey, ele faria de tudo para que os crimes sejam analisados de forma justa para todos.
Ressler entrevistou Dahmer duas vezes, mergulhou de cabeça nos detalhes do caso e criou um perfil psicológico do assassino com base nos seus antigos métodos. Ele conseguiu compreender o seu modus operandi com base nos seus estudos sobre serial killers e montar um perfil psicológico como ninguém havia feito antes. Além disso, o agente pode descobrir detalhes que eram, até então, inéditos sobre o caso, como a ingestão de sangue e carne humana pelo assassino, além da preferência do contato sexual com cadáveres desmembrados das vítimas.
Descubra mais sobre o contato de Robert Ressler com Jeffrey Dahmer e outros serial killers no livro Mindhunter Profile, que foi lançado no Brasil pela Darkside Books em dezembro de 2020.
