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Vitrine / Personagem

Escondida na casa de um estranho: a saga da judia Huguette Müller durante o Holocausto

Durante os horrores da Segunda Guerra, Müller contou com a ajuda de um estranho no povoado de Val d'Isère, nos Alpes

Victória Gearini Publicado em 12/10/2020, às 09h00 - Atualizado em 21/02/2022, às 15h00

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Huguette Müller após a Segunda Guerra - Rosie Whitehouse
Huguette Müller após a Segunda Guerra - Rosie Whitehouse

Ao longo da Segunda Guerra Mundial, grupos de resistência surgiram na França com o intuito de combater o nazismo. Muitos franceses passaram a esconder judeus, fato que ajudou a salvar milhares de vidas, entre elas a da judia Huguette Müller.

Assim que os nazistas invadiram a França, a jovem de 15 anos viu sua vida mudar por completo. Em uma noite de inverno rigoroso, em dezembro de 1943, Huguette decidiu fugir com sua irmã, Marion, de 23 anos.

Sua mãe, Edith, foi encontrada pelos os nazistas enquanto providenciava documentos falsos. Infelizmente foi morta em uma câmera de gás em Auschwitz — fato que as irmãs só descobriram com o fim da guerra.

Documento falso de Marion / Crédito: Rosie Whitehouse

Com um destino incerto, deixaram a cidade de Lyon em busca de um esconderijo. Dias e dias de caminhada, Huguette e Marion encontraram refúgio no pequeno povoado de Val d'Isère, localizado nos Alpes. No entanto, o local também não era seguro, pois soldados nazistas estavam hospedados em um dos hotéis da região. Autoritários e perversos perseguiam e torturavam quem se recusasse a trabalhar para eles.

Val d'Isère, em 1939 / Crédito: Getty Images

No Natal de 1943, Huguette quebrou a perna, mas ao ser submetida a fazer o tratamento em outra cidade, a jovem se recusou, com medo de ser descoberta e enviada para algum campo de concentração. Ao se deparar com esta situação, o médico Frédéric Pétri a escondeu em sua casa. Durante seis meses, a jovem morou com o Pétri e sua família.

Ao contrário de Huguette, Marion tinha documentos falsos, o que lhe possibilitou viajar para Toulouse com o objetivo de encontrar Pierre Haymann, seu noivo. Após seis meses, em 1944, Marion voltou para buscar sua irmã que já estava recuperada do acidente. Dois meses depois, Val d'Isère foi libertado e as irmãs nunca mais viram o gentil médico.

Frédéric Pétri / Crédito: Pétri Family

Em entrevista exclusiva para a BBC, em janeiro deste ano, Huguette, aos 92 anos, disse que não entende o que motivou Pétri a ajudá-la, mas que se sente eternamente grata por ter salvado sua vida. Nos anos 70 Huguette o procurou, mas descobriu que tinha falecido.

"Quando voltei a Val d'Isère nos anos 1970 para encontrá-lo e agradecê-lo, já era tarde demais. A viúva dele atendeu a porta e disse que ele estava morto. Foi isso. E hoje eu não consigo lembrar de seu nome completo", disse à BBC.

Com o fim da guerra, Huguette se mudou para San Francisco, nos Estados Unidos, onde reencontrou seu pai, também sobrevivente do Holocausto. Já Pétri tornou-se prefeito do povoado e levou prosperidade para a região, que hoje se tornou referência turística e econômica. Pétri faleceu em 1970 e, em homenagem aos seus atos heroicos, deram seu nome para uma rua de Val d'Isère.  


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