Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Vitrine / ENSINO PÚBLICO BRASILEIRO

Renato Bulcão aponta os principais problemas da educação no Brasil em seu livro “Tratado da Má Educação”

Professor durante 15 anos na Universidade de São Paulo, Renato Bulcão reflete sobre a educação pública no Brasil em seu livro “Tratado da Má Educação”

Redação Publicado em 22/03/2024, às 11h00 - Atualizado às 11h31

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Professor durante 15 anos na Universidade de São Paulo, Renato Bulcão reflete sobre a educação pública no Brasil em seu livro “Tratado da Má Educação” - Créditos: Reprodução/Gênio Criador
Professor durante 15 anos na Universidade de São Paulo, Renato Bulcão reflete sobre a educação pública no Brasil em seu livro “Tratado da Má Educação” - Créditos: Reprodução/Gênio Criador

Com informações precisas e estatísticas atualizadas, a obra “Tratado da Má Educação”, escrita pelo professor e pesquisador Renato Bulcão, apresenta os desafios e reflexões sobre o sistema de ensino brasileiro nos últimos 100 anos.

Enquanto mais da metade das crianças do 2º ano do Ensino Fundamental não conseguem ler, segundo dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), Bulcão reforça, no decorrer de sua obra, que existem problemáticas ainda mais complexas no processo de formação educacional dos cidadãos brasileiros.

Em entrevista exclusiva para o site Aventuras na História, Renato aponta quais soluções iniciais poderiam trazer resultados interessantes a curto prazo. Segundo o autor, cumprir a legislação, respeitar o piso salarial e o número de alunos por professor, são algumas das receitas que deveriam ser aplicadas imediatamente.

Cumprir a legislação em vigor seria de bom tamanho. É importante oferecer escolas públicas com 100% de capacidade funcional, e não 53% como está hoje. É necessário pagar 100% do piso salarial das professoras e professores por 40 horas/aula, e não subcontratações de 20 horas/aula como muitos governadores estão fazendo. O número de alunos por professor no Fundamental II não pode ultrapassar 80 alunos, e não os 300 alunos que que são empurrados neste período e no ensino médio, goela abaixo dos docentes.

Bulcão continua;

A síntese é que uma professora típica de escola estadual, é contratada por 20 horas/aula por semana, para atender 180 alunos num semestre, com salas de aula lotadas e destruídas em escolas sem banheiro. Só essas mudanças já vão permitir um salto de qualidade.A primeira coisa pública que o futuro cidadão percebe é a escola. E a qualidade do equipamento escolar avisa se o governo local está contra ou favor do indivíduo”, Completa.

Em um dos resultados de sua pesquisa, o professor reforça que, segundo o Tribunal de Contas da União, 57% das salas de aula no país estão inadequadas para receberem os alunos. Isso expõe um ambiente escolar que não dá suporte aos estudantes.

A NEO-ESCRAVIDÃO E REFERÊNCIAS DE ENSINO PÚBLICO

Bulcão também reflete sobre a neo-escravidão incentivada para manter um sistema de ensino focado em expelir crianças, a maioria pretas, da escola em momentos pontuais de suas vidas. Para o professor, os jovens abondam a escola por não entenderem o conteúdo ensinado.

A neo-escravidão começa com a exclusão do aluno da escola pública do universo cultural da língua portuguesa.Podemos citar exemplos em todas as outras disciplinas, mas em português é mais evidente. A permissividade com que certas universidades incentivam os pobres a desconhecerem um código que poderia facilitar sua mobilidade no mundo é criminosa.

Ao comentar sobre países que, em proporções brasileiras, poderiam ser referência para o Brasil no setor de ensino público, o professor afirma que o grande exemplo a ser seguidor é a China:

A estrutura básica do ensino chinês não é modificada há 200 anos. Isso não significa que o currículo não muda. Aprende-se coisas atuais. Mas existe um reconhecimento de que para além de um momento contemporâneo comunista, existe uma cultura chinesa.

O professor reforça que as provas chinesas são feitas com conteúdos em ensinado nas aulas.

As provas são feitas a favor daquilo que foi ensinado. Não há pegadinhas nos enunciados das questões, que entre nós servem mais para evitar a judicialização das provas contra aqueles que podem pagar advogados.

SOBRE O AUTOR

Renato Bulcão é professor e pesquisador, tornando-se bacharel em filosofia em 1989. Foi em 1992, que Bulcão adentrou a Universidade de São Paulo (USP) como docente, integrando-se à Escola do Futuro da instituição, para aprofundar suas pesquisas relacionadas à educação.

Em 2017, o professor recebeu o título de Doutor em Educação e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Por acreditar em uma proposta que consiste uma abordagem de ensino rizomática, conceito proposto, inicialmente, por Gilles Deleuze e Félix Guttari, o foco de Renato em conscientizar e levar os leitores à reflexão sobre os pontos cruciais do ensino público brasileiro não para.

+Adquira agora “Tratado da Má Educação”, de Renato Bulcão - https://amzn.to/3vmL5bR

Créditos: Reprodução/Gênio Criador
Créditos: Reprodução/Gênio Criador

++Conheça outras obras de Renato Bulcão - https://amzn.to/3x85q5r

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data de publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime - https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis - https://amzn.to/2yiDA7W