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Matérias / Curiosidades

Como a Coca-Cola popularizou a imagem do Papai Noel

Apesar de ser uma celebração cristã milenar, a figura do bom velhinho barbudo de roupa vermelha e branca só começou a ser difundida na década de 1930

Fabio Previdelli Publicado em 02/12/2020, às 16h20

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Papai Noel bebendo uma Coca-Cola - Divulgação/ The Coca-Cola Company
Papai Noel bebendo uma Coca-Cola - Divulgação/ The Coca-Cola Company

Com a chegada do fim do ano é inevitável não nos deparamos com a imagem do bom velhinho de barba branca e meio barrigudinho que viaja em seu trenó distribuindo presente para crianças de todo o mundo. Sem dúvida alguma, o Papai Noel é o maior símbolo de Natal

Entretanto, nem sempre foi assim. A imagem como conhecemos hoje tem uma origem muito mais comercial e bem mais nova que a origem do Natal em si. A figura do velhinho de roupa vermelha e branca começou a ser difundida somente na década de 1930. Descubra como a Coca-Cola ajudou nesse processo.

A origem 

Apesar do Natal ser uma celebração cristã, a figura do bom velhinho como conhecemos surgiu graças ao sincretismo de várias culturas e religiões. Uma delas, a mais difundida, diz que o Santa Claus — nome em inglês do Papai Noel —, se baseia na história de São Nicolau, arcebispo do século 4 que deixava moedas de ouro na porta da casa das famílias mais humildes. 

São Nicolau / Crédito: Wikimedia Commons

Outros dizem que a figura pode ser uma adaptação da lenda do "Velho Inverno", que é anterior a São Nicolau. Segundo conta, um senhor mais velho andava de casa em casa pedindo comida no inverno. Quem o ajudasse de boa vontade e bom coração, segundo a história, garantiria um inverno mais ameno e próspero.  

Isso sem contar que celebrações protestantes, que buscavam usar imagens diferentes da Igreja Católica, que enfatizavam a figura do presépio, já utilizavam a figura do personagem. 

A representação 

Em 1823, o professor americano Clement Clarke Moore publicou anonimamente o poema The Night Before Christmas (Antes da Véspera de Natal), que acabara se tornando um dos maiores símbolos de Natal, principalmente, na América do Norte. No texto, ele descreve um velhinho bochechudo que viaja de trenó e entra na casa das pessoas por uma chaminé. 

Uma representação mais visual de Noel só ganhou vida em 1863, quando o cartunista americano Thomas Nast criou uma imagem semelhante a que conhecemos hoje. Seu trabalho, inclusive, estampou a capa da revista Harper’s Weekly.

Além do desenho, Nast também criou a parte da lenda que dizia que o personagem morava no Polo Norte.  

Papai Noel de Thomas Nast estampando a capa da Harper's Weekly / Crédito: Domínio Público

Como passar dos anos, diversos artistas foram criando suas próprias adaptações de Papai Noel, cada qual com seu toque pessoal. Porém, nenhuma delas ficou tão famosa quanto a que estampou as publicidades da Coca-Cola.  

Coquinha gelada 

A Coca-Cola começou seus anúncios natalinos somente na década de 1920, com publicidades em grandes revistas como “The Saturday Evening Post”, “Ladies Home Journal”, “National Geographic”, “The New Yorker”, entre outras. Nelas, a empresa ainda mostrava um Papai Noel mais nastasiano.  

Papai Noel de Thomas Nast  / Crédito: Domínio Público

Uma década depois, a companhia passou a colocar anúncios em revistas populares, com isso, o executivo da agência de publicidade D’Arcy, Archie Lee, queria que o Papai Noel da Coca-Cola tivesse um ar mais saudável, mas que ao mesmo tempo fosse realista e simbólico.  

Para tal, o ilustrador Haddon Sundblom foi encarregado de criá-lo. Sua missão era de conceber o próprio Noel e não uma pessoa vestida como ele. Para isso, ele usou como inspiração o poema de Clark Moore

Apesar de muitos dizerem que a empresa que fez com que o bom velhinho usasse um casaco vermelho, ele já era representado dessa maneira antes de Sundblom o pintá-lo. Porém, foi a partir daí que sua figura se popularizou.  

Papai Noel da Coca-Cola de Haddon Sundblom / Crédito: The Coca-Cola Company

De 1931 a 1964, a Coca-Cola passou a estampar um Papai Noel entregando brinquedos, lendo cartas, visitando crianças e, é obvio, desfrutando de uma garrafa de Coca bem geladinha.

Os originais do artista — pinturas a óleo —, foram adaptadas em publicidades de revistas, display de lojas, cartazes, outdoores e até mesmo bonecos de pelúcia. Muitos dos quais permanecem colecionáveis até hoje.  

A versão final do personagem só foi estabelecida em 1964, porém, por várias décadas, a empresa usou as imagens originais.

Essas pinturas se tornaram tão valiosas que chegaram a serem exibidas nos maiores museus de arte do mundo: como o Louvre, na França; o Royal Ontario, em Toronto; Museum of Science and Industry, em Chicago; na Isetan Department Store, em Tóquio; e na NK Department Store, em Estocolmo.

Muitas destas pinturas, inclusive, permanecem em exibição no World of Coca-Cola, em Atlanta, na Geórgia. 

O Papai Noel da Coca-Cola ganhou a companhia do Sprite Boy (Menino Duende, em tradução livre), que apareceu em campanhas até 1950. O personagem também foi criado por Sundbloom.

Ele ganhou esse nome por ser um duende, não tendo associação nenhuma com o refrigerante, que só foi lançado 10 anos depois.  

Papai Noel da Coca-Cola de Haddon Sundblom / Crédito: The Coca-Cola Company

Em 2001, as pinturas do artista foram usadas como base de um comercial televisivo estrelado pelo próprio Papai Noel da Coca-Cola. A campanha foi criada pelo animador premiado pelo Oscar, Alexandre Petrov.


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