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Heroína: Entorpecentes e armamentos

Droga vendida aos britânicos financia ações do Talibã

Guilherme Gorgulho Publicado em 01/08/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

A heroína que circula pelas ruas do Reino Unido está ajudando a fortalecer a insurgência do talibã com armamento pesado no Afeganistão. Apesar de a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estimar que entre 40% e 60% da receita dos talibãs seja proveniente do tráfico de drogas, contrabandistas sugerem que essa participação seja muito maior.

Segundo o jornal britânico The Independent, o negócio é chefiado por traficantes russos, que compram heroína barata, principalmente em um mercado informal no deserto do Tadjiquistão, na antiga fronteira soviético-afegã, e pagam aos rebeldes talibãs exclusivamente com armas, antes de enviar a droga para a Europa. Entre os equipamentos negociados estão fuzis de assalto AK-47, metralhadoras, rifles de precisão e armamento de defesa antiaérea, como o utilizado recentemente em uma tentativa de assassinato do presidente afegão, Hamid Karzai, no final de abril.

A heroína é originária das várias plantações de papoula que se espalham pelo território do Afeganistão e que, depois de colhida, segue para refino nas montanhas de Pamir, na região de Badakhshan, onde se transforma na droga de alto valor comercial.

Para obter um quilo de heroína, são necessários 15 quilos de ópio. Mil gramas da melhor heroína produzida chegam a custar em média 600 libras (mais de 1,9 mil reais) no Afeganistão. Um AK-47, que sai por 50 libras (160 reais) na feira do Tadjiquistão, vale mais que o dobro no norte afegão, para onde a arma é levada para reforçar as fileiras do talibã.

 

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