Parte do teto da Capela Sistina, no Vaticano - Getty Images
Capela Sistina

Por que não é permitido fotografar a Capela Sistina? Motivo surpreende

Saiba porque há décadas as autoridades do Vaticano proíbem os visitantes de fazerem registros da Capela Sistina

Giovanna Gomes Publicado em 13/07/2023, às 17h41 - Atualizado em 09/08/2023, às 20h15

A Capela Sistina, localizada no Vaticano, é um destino turístico popular conhecido por abrigar algumas das maiores obras de arte já produzidas na história da humanidade.

No entanto, uma regra que costuma surpreender os visitantes de primeira viagem é a proibição de fotografar ou gravar vídeos dentro da capela. Quem visita esse imponente local histórico em certo momento se depara com seguranças alertando "Sem foto! Sem vídeo!".

Essa proibição existe há muitos anos e muitas pessoas acreditam que a restrição ocorre somente porque as autoridades locais querem proteger as pinturas dos flashes das câmeras. Entretanto, a razão para esse posicionamento está mais ligada a um contrato assinado pelas autoridades do Vaticano junto a uma emissora de TV japonesa, a Nippon Television Network Corporation, informa o site Mental Floss.

Obras de restauro

Percebendo que as obras de Michelangelo necessitavam de um restauro — e ciente de que uma reforma de tamanha magnitude seria de alto custo — a administração do Vaticano decidiu partir em busca de financiamento externo.

A Capela Sistina, no Vaticano / Crédito: Getty Images

 

Na época, a Nippon fez a maior oferta, no valor de US$ 3 milhões (que seria posteriormente aumentada para US$ 4,2 milhões). Em troca, a companhia teria direitos exclusivos de fotografar e filmar a capela, como destacou o portal Mental Floss. O acordo foi assinado e as obras tiveram início no ano de 1980. O restauro, porém, levaria quase duas décadas para ser finalizado.

Acordo recebeu críticas

Apesar das críticas iniciais, as fotos de alta resolução fornecidas pela Nippon acabaram oferecendo uma visão detalhada de todos os estágios da restauração e, com o tempo, conquistaram alguns críticos.

Após a assinatura do acordo, a Nippon produziu diversos documentários, livros de arte e outros projetos utilizando suas fotos e filmagens exclusivas da restauração da Capela Sistina. Essas obras incluíram coleções renomadas de registros fotográficos que desempenharam um papel significativo no projeto.

Visitantes observam as obras de Michelangelo dentro da capela / Crédito: Getty Images

 

Embora os termos do contrato com a emissora tenham expirado com o passar do tempo, a proibição de fotografar dentro da capela continua em vigor.

Direitos autorais

No ano de 1990, foi revelado publicamente que a exclusividade comercial da Nippon em relação às fotos expirava três anos após a conclusão de cada etapa da restauração. Assim, as fotos da representação épica do Juízo Final, de Michelangelo — cuja restauração foi concluída em 1994 — não estavam mais sujeitas aos direitos autorais da companhia de 1997 em diante.

Para evitar complicações e para garantir que fotógrafos profissionais não se disfarçassem como turistas comuns, as autoridades locais estabeleceram uma política geral de proibição de fotos. Segundo a fonte, embora a aplicação dessa regra não seja estritamente rigorosa, continua em vigor na Capela Sistina.

História da arte!

Ainda falando em arte, vale relembrar a história por trás de uma das obras mais icônicas já criadas: 'A Noite Estrelada', feita por Van Gogh. No podcast 'Desventuras' o professor de História Vítor Soares resgata a criação do quadro. 

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