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Desventuras / Múmia

Relembre a múmia que teve uma morte trágica no Egito Antigo

Jovem da elite de Tebas, no Egito, estava na casa dos 20 anos de idade quando foi assassinada há cerca de 2.600 anos

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 21/04/2024, às 14h00

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Os restos mortais de Takabuti - Divulgação/Museu do Ulster
Os restos mortais de Takabuti - Divulgação/Museu do Ulster

No ano de 2020, uma equipe de egiptólogos desvendou um mistério milenar envolvendo a morte de Takabuti, uma jovem de cabelos crespos que fazia parte da elite da antiga Tebas.

A mulher tinha cerca de 20 anos quando foi assassinada em um violento ataque a faca, conforme anunciado por pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, no 185º aniversário do desembrulho original de seu corpo, ocorrido em 1835.

Uma análise dos restos mumificados de Takabuti, que faleceu há 2.600 anos, revelou mais sobre sua vida. Descobriu-se, inclusive, que ela tinha duas condições raras: um dente extra (33 ao invés de 32), além de uma vértebra a mais.

Trajetória

De acordo com o portal Live Science, embora Takabuti fosse originalmente da antiga Tebas (atual Luxor), sua múmia foi adquirida no intenso comércio de múmias egípcias que seguiu às Guerras Napoleônicas. Seus restos mortais foram levados do Egito para Belfast em 1834 pelo rico irlandês Thomas Greg.

Posteriormente, um egiptólogo chamado Edward Hincks decifrou os hieróglifos relacionados à múmia, revelando que seu nome era Takabuti e que, na época de sua morte, ela era casada e pertencia à elite de Tebas. Além disso, descobriu-se também que seu pai era um sacerdote que servia Amon, o deus sol.

Sarcófago de Takabuti / Crédito: Divulgação/Museu do Ulster

A sua história foi desvendada mediante exames com raios-x, tomografia computadorizada (TC), análise de cabelo e datação por radiocarbono. "Há uma rica história de testes de Takabuti desde que ela foi desembrulhada pela primeira vez em Belfast, em 1835", declarou Greer Ramsey, curador de arqueologia do Museu Nacional da Irlanda do Norte, em um comunicado divulgado em 2020.

Exames

Na época, a múmia passou por uma série de exames, incluindo análise de DNA e novas tomografias. Os resultados foram surpreendentes: o DNA de Takabuti mostrou ser mais semelhante aos europeus do que aos egípcios modernos.

Além disso, as tomografias revelaram que seu coração estava intacto e bem preservado. Marcas de ferimentos indicaram que ela fora esfaqueada nas costas, próximo ao ombro esquerdo.

Robert Loynes durante os estudos com a múmia / Crédito: Divulgação/Museu do Ulster

Morte rápida

De acordo com Robert Loynes, cirurgião ortopédico aposentado e professor honorário do Centro KNH de Egiptologia Biomédica da Universidade de Manchester, as tomografias mostraram que "Takabuti sofreu um ferimento grave na parte de trás de sua parede torácica superior esquerda" e que isso muito provavelmente "causou sua morte rápida."

É frequentemente comentado que ela parece muito tranquila deitada dentro de seu caixão, mas agora sabemos que seus momentos finais foram tudo menos tranquilos e que ela morreu nas mãos de outra pessoa", disse Eileen Murphy, bioarqueóloga da Escola de Ambiente Natural e Construído da Queen's University Belfast, no comunicado.

Essas descobertas lançam luz sobre a vida no Egito durante a 25ª dinastia e demonstram uma herança europeia surpreendente, uma revelação importante para o estudo da história egípcia.