Ana Bolena foi morta após ser acusada de traição e adultério; estudos revelam caderno crucial para a saga da rainha
Redação Publicado em 01/12/2022, às 14h47
Quando a relação extraconjugal entre o rei Henrique VIII e Ana Bolena teve início, começaram a surgir as primeiras tensões entre a Igreja Católica e o trono Inglês, que logo culminaria na formação da Igreja Anglicana, depois de uma ruptura entre as duas instituições.
Porém, logo depois do casamento que nomeou Ana como rainha consorte, algumas acusações que variavam de traição a incesto levaram a recém-rainha a execução, carregando até os dias atuais uma fama injusta, narrada na primeira temporada da série 'Sexo, Sangue & Realeza', da Netflix, que conta com encenações e relatos documentais.
Com a execução, os pertences da monarca tiveram um fim, com exceção de uma coleção de orações, que estava localizada na casa onde Ana viveu sua infância, o Castelo de Hever.
A coleção de Ana Bolena foi objeto de estudo por Kate McCaffrey em seu mestrado na Universidade de Kent, na Inglaterra. Ela era ex-assistente de visitas do Castelo de Hever e obteve permissão para estudar o caderno.
Durante sua pesquisa, McCaffrey descobriu no documento algumas assinaturas inéditas que poderiam ajudar a revelar a identidade de quem guardou essa coleção que pertencia a Bolena.
Para descobrir com quem estava esse caderno, Kate utilizou um software de edição de imagens para detectar as assinaturas dos escritos e luz ultravioleta, que ajudou a identificar o nome de três famílias inglesas: West, Shirley e Gage.
Para a pesquisadora, o livro foi passado entre uma rede de conexões entre mulheres e isso colaborou para o objeto não cair em mãos erradas: “Em vez disso, o livro foi cuidadosamente mantido em um grupo de mulheres que foram incumbidas de conservar o escrito de Ana e encorajadas a adicionar seus próprios". Ainda, a pesquisadora completou: “Em um mundo com oportunidades muito limitadas para as mulheres na religião e na literatura, o simples ato de marcar este livro e manter o segredo de sua mais famosa leitora foi uma pequena maneira de gerar um senso de comunidade e expressão".
No podcast 'Desventuras na História', o professor de História Vítor Soares conta a real história por trás da trama da Netflix que aborda a saga de uma menina de 11 anos que afirma não precisar comer.
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