Passageiros na asa do avião após o pouso no rio Hudson - Reprodução/Flickr/Caroline et Louis VOLANT
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15 anos depois, piloto e passageiros do 'Milagre no Hudson' relembram o ocorrido

“Mudou muito toda a minha vida”, afirmou um dos 155 passageiros do avião que realizou um pouso de emergência nas águas congelantes do rio Hudson

Redação Publicado em 16/01/2024, às 17h07

No dia 15 de janeiro de 2009, o mundo assistiu enquanto o capitão Chesley “Sully” Sullenberger III realizou uma façanha inédita, que ficou conhecida como “Milagre no Hudson”. Naquele dia, o piloto do voo 1549 da US Airways realizou um pouso de emergência no rio Hudson e todas as 155 pessoas a bordo sobreviveram. 

Agora, cerca de 15 anos desde o incidente, o capitão Sully e alguns dos passageiros do voo relembraram o ocorrido e compartilharam como suas vidas mudaram desde o “milagre”. 

Minha definição de sucesso para aquele voo foi completa, absoluta: se pelo menos uma pessoa tivesse morrido, eu teria considerado um fracasso trágico. Eu não poderia ter comemorado nada disso.”, relembrou o piloto, hoje com 72 anos, à revista People. 

Após o impressionante pouso, Sullenberger estampou os jornais do mundo todo, foi convidado para a posse ex-presidente Barack Obama em 2009 e teve a sua experiência recriada em um filme estrelado por Tom Hanks

Apesar do incidente ter sido comemorado mundialmente em razão da ausência de fatalidades ou ferimentos agraves, ele ressaltou que o dia 15 de janeiro de 2009 “ainda foi traumático para todos no avião e suas famílias”.

Testemunhos

O passageiro Brad Wentzell, que ocupava o assento 21C, recorda o “enorme impacto” que sentiu quando o avião colidiu com um grupo de pássaros logo após decolar do Aeroporto LaGuardia, em Nova York.

Tive uma visão perfeita daquele motor esquerdo onde eu estava sentado e estava pegando fogo. Saíam faíscas, chamas saindo. Você simplesmente sabia que algo estava errado.”, explicou Wentzell

Conforme repercutido pela revista People, na gravação de áudio entre Sullenberger e o controle de tráfego aéreo, o veterano da Força Aérea informou ao controlador que o avião “perdeu potência em ambos os motores”. Mesmo recebendo autorização para retornar a LaGuardia e, no aeroporto vizinho, Teterboro, o piloto afirmou: “Não podemos fazer isso. Estaremos no Hudson.”.

Wentzell, hoje com 46 anos, diz que enquanto os comissários de bordo gritavam para os passageiros se prepararem para o impacto, ele tentou pensar em sua filha de 2 anos como uma forma de se acalmar. “Eu podia sentir o cheiro fisicamente e fiquei muito calmo naquele momento de pânico.”, relembrou. 

'Segunda chance'

Michael Leonard, outro passageiro, estava a bordo do voo com seus colegas de trabalho. Ele recorda ter guiado algumas pessoas, incluindo seu chefe, em direção aos trabalhadores da balsa que participaram do resgate. Mesmo tendo sobrevivido a uma experiência aterrorizante, ele afirma que nunca passou pela sua mente a ideia de que iria morrer.

Leonard também explicou à revista People que levou semanas para “entender e processar o que aconteceu”, acrescentando que aquele dia “mudou muito toda a minha vida”.

[Os passageiros] sentem que tiveram uma segunda chance na vida, mudaram de direção e [estão] tentando viver um caminho mais verdadeiro, uma vida mais autêntica, o que eles realmente queriam fazer, o que é realmente importante para eles,”, concluiu o capitão Sullenberger.
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