Moedas de cobre desenterradas em antigo santuário budista no Paquistão - Divulgação/Sheikh Javed Ali Sindhi
Arqueologia

Antigo santuário budista no Paquistão escondia moedas de 2 mil anos

Estima-se que tesouro descoberto em ruínas no Paquistão contenha entre 1.000 e 1.500 moedas de cobre, que foram fundidas devido à ação do tempo

Redação Publicado em 30/11/2023, às 10h33

Nas ruínas de Moenjodaro, um sítio arqueológico situado na província do Sinde, no Paquistão, pesquisadores desenterraram no início de novembro um raro tesouro de moedas de cobre que se acredita terem mais de 2 mil anos. O local, no passado, teria sido um santuário budista conhecido como estupa.

De acordo com o Live Science, estima-se que tanto as moedas quanto o santuário tenham pertencido ao antigo Império Cuchana, um governo budista que comandou a região entre os séculos 2 a.C. e 3 d.C. e responsável pela conquista do Reino Greco-Báctrio, que foi estabelecido por Alexandre, o Grande, na Ásia Central.

O santuário onde foi feita a descoberta, por sua vez, fica localizado nas ruínas de Moenjodaro, um dos maiores centros populacionais da antiga Civilização do Vale do Indo e uma das mais antigas civilizações conhecidas do mundo. Segundo o arqueólogo e guia Sheikh Javed Ali Sindhi à WordsSideKick.com, "a estupa foi construída no topo das ruínas desertas de Moenjodaro após seu declínio".

As moedas, no caso, são feitas de cobre e possuem coloração esverdeada devido a oxidação do metal com o tempo. Os milênios em que elas estiveram juntas também fez com que elas se fundissem, formando um único pedaço com cerca de 5,5 quilogramasSindhi afirma que o tesouro pode conter entre 1.000 e 1.500 moedas, ao todo.

Apesar da corrosão, ainda pôde ser identificada uma figura em pé retratada em algumas das moedas, que os pesquisadores acreditam se tratar de um rei Cuchana.

Conjunto de moedas descobertas no Paquistão / Crédito: Divulgação/Sheikh Javed Ali Sindhi

 

Estupa e civilização

O centro populacional de Moenjodaro — cujo nome, na língua local, significa "Monte dos Mortos" — foi abandonado por volta do ano 1.800 a.C., bem como outras cidades da Civilização do Vale do Indo, provavelmente devido ao clima extremamente seco da região. As pessoas teriam partido para viver em povoações menores no sopé dos Himalaias.

Acredita-se ainda que por volta do ano 150 d.C., os reis do Império Cuchana teriam ordenado a construção da estupa em Moenjodaro, mesmo que o local já tenha sido abandonado havia quase 2 mil anos. Também não se sabe quanto do santuário era visível na época.

A estupa, porém, foi abandonada já por volta do ano 500, provavelmente após ter sido danificada por um terremoto, ou mesmo porque a influência do budismo já havia se enfraquecido na época. Nesse período, o Império Cuchana também já estava dividido em reinos independentes, que foram posteriormente conquistados pelos persas sassânidas e, mais tarde, por invasores do norte, possivelmente associados aos hunos.

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