China começa a perfurar um dos buracos mais profundos do mundo - Reprodução/Vídeo
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China começa a perfurar um dos buracos mais profundos do mundo

O projeto, que levará 457 dias para ser concluído, visa a escavação de um poço de 11.100 metros

Fabio Previdelli Publicado em 06/06/2023, às 10h52

Nesta terça-feira, 6, a China começou a cavar um poço que será um dos mais profundos do planeta Terra. A perfuração começou no deserto da bacia de Tarim, na região noroeste do país. 

Com o objetivo de estudar áreas do planeta bem abaixo da superfície, o poço tem uma profundidade planejada de 11.100 metros — o que significa que ele penetrará mais de 10 estratos continentais e ainda alcançará o sistema cretáceo na crosta terrestre; uma série de rochas estratificadas que datam de 145 milhões de anos.

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Segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, conforme repercutido pelo The Guardian, o projeto levará 457 dias para ser concluído, sendo considerado "um marco na exploração da Terra profunda da China".

Para se ter uma ideia, o Kola Superdeep Borehole, no noroeste da Rússia, é considerado o buraco feito pelo homem mais profundo do mundo — com uma profundidade de 12.262 metros.

Poço profundo

A escavação ajudará os pesquisadores a compreender a estrutura interna e a evolução da Terra, além de fornecer dados para pesquisas em geociências, aponta em comunicado a China National Petroleum Corporation, principal produtora de petróleo e gás do país que liderou o projeto.

Para Wang Chunsheng, especialista técnico envolvido na operação, o projeto trata-se de uma tentativa ousada de explorar o território desconhecido da Terra e expandir os limites da compreensão humana. Porém, a tarefa não será fácil. 

A dificuldade de construção do projeto de perfuração pode ser comparada a um grande caminhão dirigindo em dois cabos de aço finos", relatou Sun Jinsheng, cientista da Academia Chinesa de Engenharia, à agência Xinhua.

Para a perfuração, pesquisadores usarão um equipamento que pesa mais de 2.000 toneladas e foi projetado para suportar temperaturas subterrâneas de até 200°C e uma pressão atmosférica 1.300 vezes maior. Além disso, o ambiente hostil do solo da bacia do Tarim — que abriga o deserto mais quente e seco da China — aumenta o desafio.

A escavação do poço faz parte dos esforços chineses para expandir as fronteiras no espaço e abaixo da superfície da Terra. Em 2021, Xi Jinping, presidente chinês, incentivou os principais cientistas do país a quebrar novas barreiras em diferentes áreas, incluindo a exploração profunda da Terra.

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