Fotografia mostrando um mercado de rua em Cabul em julho de 2021 - Getty Images
Afeganistão

Crise humanitária: Afegãos vendem bens para tentar sobreviver após volta do Talibã

Após o grupo fundamentalista ter retomado o controle do país, a população tem mergulhado na pobreza

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 28/09/2021, às 16h59

A situação econômica da população afegã tem piorado drasticamente nas semanas que se seguiram à volta do Talibã, segundo divulgado pela Rádio França Internacional na última segunda-feira, 27. 

Dados levantados pelo Programa Mundial de Alimentos, por exemplo, revelam que a cada dez famílias vivendo no território, nove estão enfrentando dificuldades para comprar comida

Dessa forma, muitos recorreram, como medida desesperada, à venda daquilo que têm dentro de casa: móveis, eletrodomésticos, ferramentas e outros objetos passaram a ser vendidos nas ruas do Afeganistão. 

Na tentativa de sobreviver

"Antes, você podia comer carne e arroz uma vez por mês. Agora, não podemos mais. Um quilo de carne custa 500 afegânis, um quilo de arroz custa 150. Mas as pessoas não conseguem juntar 100 afegânis", relatou Parwaiz, um comerciante falido, em entrevista ao veículo. 

Outro afegão, cuja identidade não foi divulgada, comentou que costumava trabalhar na feira com a venda de legumes, mas após o Talibã ter retomado o poder, ele deixou de ter clientes. Assim, o homem precisou colocar seus pertences à venda, como os outros. 

"Não é fácil. O Talibã veio várias vezes para nos dizer para parar. Eles me prenderam e me levaram várias vezes para a delegacia, mas eu não tenho escolha. Estou desesperado. Então continuo", contou ele, ainda conforme o RFI.

O motivo da queda abrupta da qualidade de vida é o fato que 80% do orçamento público afegão era resultado de ajuda humanitária oferecida por outros países.

Esse suporte financeiro foi cortado após a entrada dos talibãs, cuja autoridade é considerada ilegítima pela maior parte do mundo. 

Estimativas da ONU apontam que o quadro, infelizmente, só tende a piorar: o órgão internacional acredita que a grande maioria dos afegãos pode acabar abaixo da linha da pobreza no decorrer dos próximos meses.

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