Imagem de câmera de segurança que registrou assassinato de Darko Geisler e fotografia dele com a esposa brasileira - Reprodução/Vídeo/YouTube/@SBTNews / Reprodução/Twitter
Brasil

'Esloveno' assassinado em Santos era sérvio procurado pela Interpol

Identificado como esloveno, Dejan Kovac na verdade se chamava Darko Geisler, um sérvio procurado pela Interpol suspeito de ser matador de aluguel

Redação Publicado em 11/01/2024, às 10h45

No começo da noite da última sexta-feira, 5 de janeiro, um crime chocou a cidade litorânea paulista de Santos: um homem esloveno, identificado como Dejan Kovac, foi executado a tiros na frente da esposa e do filho, com quem morava há quatro anos. No entanto, investigações mais recentes revelam que, na verdade, o caso possui camadas ainda mais profundas.

Após ser baleado, o homem chegou a ser resgatado consciente pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu e morreu a caminho da Santa Casa de Santos.

Ele trabalhava como marceneiro e era descrito por vizinhos como uma pessoa "reservada" e "tranquila". Porém, a verdade é que aquele Dejan Kovac não existia: seu nome real era Darko Geisler, e ele era sérvio.

Não bastasse essa revelação, o passado de Geisler era ainda mais sombrio. Ele vivia no Brasil, mas era procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), sendo suspeito de ser um matador de aluguel em seu país de origem. Na Sérvia, ele era integrante de uma organização criminosa, e suas acusações incluíam homicídios e porte de armas e explosivos em Montenegro.

Após a confirmação de sua morte, conforme repercutido pelo g1, o nome de Darko Geisler deixou de ser exibido na lista de Difusão Vermelha da Interpol — que permite que a pessoa seja presa mesmo em país estrangeiro.

Vale mencionar que ele estava desaparecido e muitos acreditavam que ele sequer estava vivo, depois que "todos os vestígios dele teriam sido perdidos" após um assassinato em dezembro de 2014.

Investigações

A descoberta da verdadeira identidade de "Dejan Kovac" ocorreu após sua morte. Enquanto a polícia começou a buscar sobre sua origem, depois que provas testemunhais trouxeram dúvidas sobre sua origem, a corporação entrou em contato com o consulado esloveno em Brasília, que informou que os dados apresentados não remetiam a qualquer pessoa no país. Uma cópia do passaporte ainda revelou que ele tinha sido perdido por um cidadão em 2017.

Nesse momento, o homem morto em Santos passou a ser um desconhecido, sem uma verdadeira identidade para guiar as investigações. Até que a Polícia Civil identificou uma publicação em um site de notícias sérvio sobre um homicídio que teria sido realizado por um homem com traços "idênticos" aos do falso Dejan Kovac: Darko Geisler.

Foi então que os agentes contataram o Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) e a própria Interpol e, após uma série de tratativas com autoridades sérvias, confirmaram que o homem morto a tiros em Santos era Darko Geisler.

Agora, a polícia segue investigando a vida de Geisler antes de sua vinda ao Brasil, e o próprio caso, a fim de identificar o responsável pelo assassinato. Inicialmente, pensava-se que ele teria passado de bicicleta por perto antes de cometer o crime, mas depois foi repassado que um carro preto foi utilizado — as imagens de câmeras de segurança não podem confirmar nenhuma das versões.

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