A ex-secretária de um campo de concentração nazista, Irmgard Furchner - Reprodução/YouTube/BBCNews
Alemanha

Ex-secretária de campo nazista recorre a condenação

Irmgard Furchner, de 97 anos, recebeu condenação de dois anos de prisão por ser cúmplice de crimes do Holocausto

Redação Publicado em 28/12/2022, às 14h25

Nesta quarta-feira, 28, o tribunal de Itzehoe, na Alemanha, divulgou um comunicado informando que uma ex-secretária de um campo de contração nazista apelou da sentança por cumplicidade no assassinato de mais de 10 mil pessoas durante a Segunda Guerra Mundial. Irmgard Furchner, 97, havia recebido a condenação de dois anos de prisão em 20 de dezembro. 

Um porta-voz do tribunal informou, em nota, que a equipe examinará as prováveis falhas processuais, solicitadas pela defesa da idosa e por uma representante da parte civil. Em 2021, ela tentou fugir do julgamento após sair do lar de idosos em que vivia. 

Em outro momento, a defesa da alemã também tentou absolvê-la, alegando que ela não tinha conhecimento sobre os assassinatos e que as evidências apresentadas “não provaram sem margem para dúvida”. 

Em um dos poucos pronunciamentos na sessão, a acusada afirmou: 

Sinto muito por tudo o que aconteceu. Lamento ter estado em Stutthof na época. É tudo o que posso dizer".

O caso 

Entre 1943 e 1945, Irmgard Furchner trabalhou como datilógrafa e secretária para Paul Werner Hoppe, comandante do campo de concentração nazista de Stutthof, na Polônia. No caso, Furchner era responsável por anotar e redigir as ordens do oficial. 

De acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo, os historiadores estimam que 65 mil pessoas morreram no campo, sendo "prisioneiros judeus, guerrilheiros poloneses e prisioneiros de guerra russo-soviéticos". 

Papel burocrático 

Apesar dos advogados argumentarem que Furchner não teria conhecimento sobre o que acontecia em Stutthof, os promotores declararam que o sistema burocrático do período do nazismo, do qual a ex-secretária fazia parte, corroborava com os crimes cometidos. 

Tal argumento também foi sustentado pelo fato de que Furchner tinha acesso aos documentos considerados confidenciais que descreviam tudo o que acontecia no local.

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