Facção responsável pela morte de Villavicencio disputa controle de drogas no Equador

No começo da noite da última quarta-feira, 9, um dos candidatos favoritos à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi morto a tiros na cidade de Quito. O crime se deu depois de uma reunião política, quando Fernando entrou no carro que o levaria embora. 

Após o caso, membros encapuzados e armados da facção criminosa Los Lobos — considerada a segunda maior do país, dissidente de Los Choneros, um braço do Cartel de Sinaloa, do México, no país — publicaram um vídeo no X, antigo Twitter, onde reivindicavam o ataque a Villavicencio.

No vídeo, dizem que "toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados."

Desde então, seis homens já foram presos acusados de envolvimento direto com a morte de Villavicencio, mas acredita-se que Los Lobos ainda tenha, segundo a CNN, pelo menos 8 mil membros. E a lista de inimizades do político assassinado ainda teria outro nome, ainda mais perigoso que Los Lobos: Los Choneros, a maior facção criminosa do Equador.

De acordo com o candidato à presidência, em entrevista na última semana ao programa Vis a Vis, apresentado pela jornalista Janet Hinostroza, "um militante de Manabí [cidade do Equador] recebeu visitas de vários mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros] para dizer a ele que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, eles iriam me quebrar."

Conflito de facções

De acordo com matéria do Globo, não só Los Lobos, como também outras facções criminosas menores do Equador — como Los Tiguerones e Los Chone Killers, que juntos os três se autodenominam coletivamente como a Nova Geração —, em parceria com o cartel mexicano Jalisco Nova Geração (CJNG), luta pelo controle das rotas de cocaína no Equador. Do outro lado dessa disputa, estão Los Choneros, apoiado pelo Cartel de Sinaloa, também do México.

Com as disputas, o Equador vem enfrentando uma escalada no índice de violência por todo o país, fazendo dele um dos mais perigosos da América do Sul. Vê-se ao longo do território uma crescente constante de mortes dentro de presídios, envolvendo membros das facções conflituosas, que também atuam na mineração ilegal.