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Notícias / Equador

Candidato à presidência morto no Equador já sofria ameaças de grupos criminosos

Fernando Villavicencio denunciou, na semana passada, que organização criminosa Los Choneros o ameaçava

Redação Publicado em 10/08/2023, às 08h46

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Trecho de vídeo recente do candidato à presidência Fernando Villavicencio - Reprodução/Vídeo/Twitter: @janethinostroza
Trecho de vídeo recente do candidato à presidência Fernando Villavicencio - Reprodução/Vídeo/Twitter: @janethinostroza

Na última quarta-feira, 9, Fernando Villavicencio — candidato à presidência do Equador — foi assassinado a tiros enquanto saía de um encontro político na cidade de Quito. Segundo informações mais recentes, o ataque foi de autoria da organização criminosa Los Lobos, que não só assumiu a responsabilidade como teve alguns de seus membros presos.

Vale lembrar, porém, que Villavicencio já vinha apontando em diversas entrevistas que estava recebendo ameaças de um outro cartel do país, a organização Los Choneros. Esta, por sua vez, surgiu em Manabí e é formada por duas gangues chamadas Fatales e Las Águilas, que atuam com extorsão, tráfico de drogas e homicídios, de acordo com a CNN.

Há três dias, um militante de Manabí [cidade do Equador] recebeu visitas de vários mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros] para dizer a ele que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, eles iriam me quebrar", contou Villavicencio em entrevista ao programa Vis a Vis, apresentado pela jornalista Janet Hinostroza, na quarta-feira, 2.

Ainda na entrevista, Villavicencio alegou que, mesmo com as ameaças, não suspenderia sua campanha eleitoral, e ainda apresentaria novas denúncias. Além disso, também contou que utilizava o mínimo da proteção oficial do Estado, e responsabilizou previamente o cartel Los Choneros por qualquer atentado que ele, sua família ou equipe sofressem.

Um presidente valente tem que dar a cara, como o seu povo. O povo não está com coletes a prova de balas. A sociedade está de joelhos diante do crime organizado. E o pior que se pode passar a um candidato, a um político, é ter medo. No momento em que os grupos criminosos submetem as pessoas, acabam a democracia e a República", disse.
Fernando Villavicencio
Fernando Villavicencio / Crédito: Reprodução/Instagram/Fernando Villavicencio

Ataque e eleições

Fernando Villavicencio foi alvo de um ataque a tiros no começo da noite da última quarta-feira, 9, enquanto saía de uma reunião política na cidade de Quito. Na ocasião, pouco depois de entrar no carro que o levaria para fora dali, foi baleado diversas vezes, incluindo três na cabeça.

Sobre o ocorrido, o atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, lamentou: "Indignado e chocado com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à esposa e filhas. Pela sua memória e pela sua luta, garanto-vos que este crime não ficará impune."

Vale pontuar também que, depois do ataque, um membro não identificado da organização Los Lobos — que ainda não foi apontada qualquer relação com Los Choneros — publicou um áudio em redes sociais onde dizia: "toda vez que políticos corruptos não cumprem suas promessas quando recebem nosso dinheiro, eles serão demitidos."

Fernando Villavicencio era membro do El Movimiento Construye, sendo um dos principais candidatos à presidência neste ano. No dia 20 de julho, ele foi apontado como o segundo colocado nas eleições, caso ocorressem naquele dia, com 13,2%, atrás apenas somente de Luisa González, do partido Revolução Cidadã, com 26,6%.

A eleição está prevista para ocorrer definitivamente ainda este mês, no dia 20, antecipada por decreto de Guillermo Lasso. Depois do crime contra Villavicencio, alguns dos demais candidatos já informaram suspensão nas campanhas.