Imagem meramente ilustrativa das Forças Armadas - Wikimedia Commons
Brasil

Forças Armadas gastam milhões de reais em carne e cerveja, diz denúncia

Segundo documento apresentado por deputados do PSB, os militares compraram mais de 700 toneladas de picanha em 2020

Pamela Malva Publicado em 11/02/2021, às 19h20

Logo depois da polêmica do leite condensado, que expôs diversas contas do Governo Bolsonaro, deputados do PSB fizeram mais uma denúncia. Dessa vez, no entanto, milhões de reais foram gastos pelas Forças Armadas para adquirir itens de churrasco.

Com base em relatórios de compras públicas encontrados no Portal da Transparência, os deputados apontaram um “uso de recursos com ostentação e superfaturamento”. A denúncia, então, foi protocolada na Procuradoria Geral da República (PGR).

Segundo o documento, o 38º Batalhão de Infantaria brasileira recebeu 500 garrafas da cerveja Stella Artois a R$ 9,05 cada (R$ 4.525 no total), em 2020. No mesmo ano, a entidade ainda comprou 3 mil garrafas de Heineken, a R$ 9,80 cada (R$ 29.400).

A 23ª Brigada de Infantaria de Selva, por sua vez, pagou pouco mais de R$ 18 mil por 3.050 garrafas da cerveja Eisenbahn, a R$5,99 cada unidade. Os dados mais chocantes, entretanto, dizem respeito aos cortes de carne adquiridos pelos militares.

Imagem meramente ilustrativa de garrafas de cerveja / Crédito: Divulgação/Pixabay

 

No total, segundo o Portal da Transparência, o Comando do Exército comprou cerca de 569,2 toneladas de picanha, enquanto a Marinha adquiriu 88 toneladas do mesmo corte. Quando somados, os processos indicam a compra de 714 toneladas da carne.

Entre os muitos lotes de picanha adquiridos, a Diretoria de Abastecimento da Marinha conseguiu pagar R$ 84,14 por cada um dos 13.670 quilos de picanha adiquiridos. São mais de R$ 1,15 milhões no total. Ainda mais, outros R$ 5,13 milhões foram investidos em 62.370 kg de miolo da alcatra, arrebatados por R$ 82,37 o quilo.

Por fim, o documento apresentado pelos sete deputados do PSB ainda apontou um superfaturamento nos produtos adquiridos pelas Forças Armadas. Segundo a denúncia, o sobrepreço chegou a até 60% dos valores encontrados no mercado.

A 9ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, por exemplo, pagou R$ 4,33 por cada uma das 1.008 latinhas de Bohemia Puro Malte que comprou (são cerca de R$ 4.364). No mercado, no entanto, o item pode ser encontrado a R$ 2,59, um valor 67% menor.

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