Imagem de bebê Aya - Reprodução / Vídeo
Terremoto na Turquia

Milícias tentam raptar bebê Aya, nascida em escombros

Os grupos militarizados invadiram hospital para tentar raptar bebê Aya, nascida sob escombros na Síria

Redação Publicado em 15/02/2023, às 17h01

A bebê Aya, nascida sob os escombros do terremoto que atingiu a Turquia e Síria, foi vítima de três tentativas de sequestro por milícias armadas nas últimas 48 horas. Ela nasceu sob os escombros do terremoto na província de Alepp, no noroeste da Síria, e perdeu toda a sua família.

Grupos tentaram raptar a bebê por razões econômicas, como informado pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos. Isso porque várias organizações chegaram a oferecer "milhões de dólares" para a sua adoção

Tentativas de raptar Aya

Como repercutido pelo UOL, a última tentativa foi realizada por homens armados — pertencentes à milícia turca Brigada Sultão Murad, de acordo com o observatório — que invadiram o local onde a bebê está internada, o Hospital Cihan, na cidade de Afrin. Com a intenção de levar Aya à força, eles agrediram enfermeiros e médicos, atacando até mesmo o diretor do hospital, Khalid Attiah, e sua equipe. 

"Minha saúde está bem, e a criança está segura, a saúde dela está perfeita", disse ele à agência de notícias alemã DPA.

Ainda segundo o observatório, os invasores tinham a pretensão de entregar Aya a pessoas ligadas ao governo sírio a fim de receber "altíssimas somas de dinheiro". A milícia Brigada Sultão Murad atua na região onde a bebê nasceu. 

Questão humanitária e dinheiro

Aya ainda não foi entregue a ninguém e nem adotada, de acordo com Khalid Attiah

Ela está agora no hospital, e seu assunto está nas mãos do Judiciário e do Ministério Público", afirmou o médico à DPA.

No entanto, ainda segundo a fonte, Rami Abdel Rahman, chefe do observatório, afirmou que o dinheiro deixa as pessoas ansiosas para levar a bebê, e não a questão humanitária.

"Infelizmente, o caso da menina está sendo explorado por todos os lados, e a perspectiva de ganhar dinheiro está deixando as pessoas ansiosas para levá-la, não a questão humanitária", disse.

Segundo o grupo de direitos humanos, houve vários pedidos de organizações, que ofereceram milhões de dólares para adotar a criança. Além disso, o grupo ainda revelou que oficiais do governo sírio se passaram por executivos do governo de Damasco, tentando adotar Aya sob o nome de uma organização de caridade. Descobriu-se também que a entidade filantrópica é afiliada a Asma al-Assad, esposa de Bashar al-Assad, o presidente sírio. 

A bebê está agora sob os cuidados do médico e diretor do hospital, Khaled Attiyeh, e sendo amamentada pela esposa dele. O casal possui uma filha de 4 meses e um filho de três anos.

Síria Turquia terremoto sequestro milícias Aya

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