Escultura chinesa, em cerâmica, de cavalo - Divulgação/Cincinnati Museum Center
Arqueologia

O fim do mistério de uma antiga peça de cerâmica chinesa

A cerâmica tem 1,3 mil anos e intriga pesquisadores desde sua descoberta

Redação Publicado em 26/09/2022, às 14h47 - Atualizado em 29/11/2022, às 16h47

Em 1997, uma peça de cerâmica chinesa com um cavalo foi doada por um colecionador ao Museu de Arte de Cincinnati. Datada de dinastia Tang — que reinou a China entre os séculos 7 e 10 —, a escultura intrigou pesquisadores e especialistas do museu, visto um detalhe muito inusitado em si: o cavalo possuía um chifre, assim como os mitológicos unicórnios.

De acordo com Hou-mei Sung, curadora de arte asiática do museu, esculturas de cavalos que participavam de performances para imperadores são comuns, mas nenhuma outra havia sido encontrada antes com um chifre. "Eu acreditava que era um erro. A borla não estava na posição certa", afirmou a especialista em um comunicado, e ainda acrescentou: "essas peças são tão antigas. Elas geralmente passam por muitos reparos."

Então, para finalmente descobrir a origem do detalhe na testa do animal, Sung contou com a ajuda do professor de química da Escola de Artes e Ciências da Universidade de Cincinnati, Pietro Strobbia.

Por meio de algumas pesquisas divulgadas em setembro deste ano, logo, puderam constatar que o adereço foi colocado posteriormente e não era, de fato, parte da escultura original. 

Escultura de cavalo após a remoção do chifre / Crédito: Divulgação/Cincinnati Museum Center

 

Pesquisa

Para poder realizar uma pesquisa mais aprofundada sobre a escultura de cavalo da dinastia Tang, os cientistas precisaram extrair 11 pequenas amostras da peça, que logo passaram por processos de análise química, molecular e mineralógica. Para a avaliação final, técnicas como difração de raios X em pó, cromatografia iônica e espectroscopia Raman.

A partir disso, então, os pesquisadores descobriram que o adereço que se encontrava na testa do animal se tratava, de fato, de outro material. Enquanto o restante da escultura era de terracota, o chifre era de gesso, o que indicava que havia sido colocado posteriormente.

Após a descoberta, por fim, os especialistas decidiram por remover o detalhe do cavalo dançante. Além disso, também concluíram que a estátua teria passado, anteriormente, por outros dois processos de restauração. O estudo de toda a pesquisa foi publicado na Heritage Science.

História curiosidades notícias arqueologia cavalo unicórnio pesquisa escultura mistério terracota

Leia também

Relembre as cartas da Segunda Guerra encontradas em hotel


Mulher que morava em placa de supermercado é descoberta por funcionários nos EUA


Nostradamus previu enchentes para 2024: "Haverá grandes inundações que serão vistas"


Rosto de múmia de mulher egípcia é reconstruído em 3D


Tempestade solar causa aurora boreal na Europa e América do Sul, entenda!


Órgão já alertava sobre risco de tragédia por chuvas em Porto Alegre desde 2023