O impressionante legado do primeiro imperador da Dinastia Qing inclui mais de 8 mil estátuas
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 14/05/2021, às 09h43 - Atualizado em 17/06/2022, às 06h00
Na China ancestral, assim como em muitos outros lugares, havia a crença de que era possível levar consigo bens da vida mortal para o outro lado quando se era enterrado junto a eles.
Foi por isso que Qin Shihuangdi, o primeiro imperador da Dinastia Qin, começou a construir seu mausoléu logo que subiu ao trono, quando tinha apenas 13 anos de idade. Isso porque aquilo que queria levar para sua existência após a morte necessitava de muito tempo e dedicação para ser construído - era um exército inteiro.
Como estava em uma posição privilegiada de governante, Qin pôde satisfazer seu desejo grandioso, e o resultado disso foi uma construção tão impressionante quanto as sete maravilhas, que reúne mais de 8 mil guerreiros feitos de terracota. Ele juntou-se ao seu exército em 210 a.C, quanto tinha 49 anos.
Segundo repercutido por uma matéria da Revista Época, a coleção surpreende não apenas por seu tamanho, mas por seus detalhes. Cada estátua, além de ser em tamanho real (que varia entre 1,72 e 2 metros de altura) tem suas próprias características.
Os traços físicos e as expressões variam, fazendo com que cada guerreiro tenha um rosto único, e seja possível até mesmo tentar adivinhar as personalidades dos membros do exército com o qual o imperador marchou para a outra vida, baseando-se na maneira como alguns sorriem, e outros têm até mesmo ares mais sérios.
No passado, os soldados eram pintados, mas a ação do tempo fez a maior parte da tinta que os cobria desaparecer. Ainda de acordo com a Época, a coloração era feita com ingredientes como sangue de animais e clara de ovos. Um outro detalhe é que os guerreiros são acompanhados por cavalos e réplicas de armas feitas de madeira.
Para criar esse verdadeiro monumento deixado pela Dinastia Qin, foram necessárias 700 mil pessoas e 38 anos, conforme registrado pelo historiador Sima Qian. A dedicação dos trabalhadores pode ser percebida não apenas por sua atenção aos detalhes, mas também em sua técnica.
O exército de terracota sumiu no solo, e apenas foi redescoberto em 1974.
O achado arqueológico sem precedentes começou com um simples acaso: um camponês da cidade de Xi’an furava o chão para fazer um poço artesanal, quando acabou encontrando um fragmento de cerâmica. Então, decidiu informar as autoridades da região, que enviou arqueólogos para explorarem o local.
Para a enorme surpresa dos especialistas, as escavações passaram a revelar um sem-fim de intrincadas estátuas de soldados, arqueiros e generais acompanhados de seus cavalos e veículos bélicos de terracota. Hoje, o monumento já ocupa 200 metros quadrados, mas ainda não foi completamente explorado.
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