As primeiras análises de DNA mostram que as ossadas pertencem a distintos grupos genéticos que morreram em diferentes período, com um intervalo entre eles de até mil anos
Fabio Previdelli Publicado em 21/08/2019, às 15h18
No alto das montanhas do Himalaia, na Índia, existe um mistério que perdura por alguns anos. O Lago Roopkund é um espaço repleto de esqueletos de centenas de indivíduos. Por esse motivo, o local também é apelidado de Skeleton Lake e ninguém sabe como os restos mortais foram parar no local.
O enigma surgiu pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial, quando um guarda britânico descobriu o lago congelado cheio de ossos, situado cerca de 5 mil metros acima do nível do mar.
As primeiras análises de DNA mostram que as ossadas pertencem a distintos grupos genéticos que morreram em diversos períodos de tempo, com um intervalo entre eles de até mil anos.
De acordo com os pesquisadores, a análise do DNA obtido a partir das ossadas revela que eles derivam de pelo menos três grupos genéticos distintos.
O primeiro deles é formado por 23 corpos, que têm sua ancestralidade relacionada ao povo indiano. Eles não parecem pertencer a um único grupo, o material genético deriva de diversos habitantes.
O segundo grupo é constituído por 14 indivíduos com ascendência relacionados às pessoas que habitavam o mediterrâneo oriental, como os Gregos. Já o último bando possui ancestralidade mais típica de grupos encontrados no sudeste asiático.
“Ficamos extremamente surpresos com a genética dos esqueletos. A presença de indivíduos com ancestralidade tipicamente associada com o povo mediterrâneo sugere que o lago atraia visitantes de outras partes do mundo”, disse Éadoain Harney, da Universidade de Havard e uma das pesquisadoras do estudo.
A reconstrução dos corpos também permite a distinção desses múltiplos povos. O grupo relacionado aos indianos consumia alimentos derivado de grãos, cereais, vegetais, legumes e frutas variados.
Em contraste, os ascendentes do mediterrâneo tinham uma dieta com menos cereais. Os pesquisadores ainda buscam vestígios sobre o quê levou essas pessoas para o lago e como eles morreram.
“Por meio do uso de análises biomoleculares, como DNA antigo, reconstrução da dieta isotópica estável e datação por radiocarbono, descobrimos que a história do Lago Roopkund é mais complexa do que jamais imaginamos, e levanta a questão impressionante de como os migrantes do Mediterrâneo oriental, que tem um perfil de ancestralidade que é extremamente atípico da região hoje, morreram neste lugar há apenas algumas centenas de anos”, conclui o coautor David Reich, da Harvard Medical School.
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