Nos EUA, golpistas teriam clonado voz de jovem com IA para pedir resgate à mãe

Jennifer DeStefano é uma moradora do estado norte-americano do Arizona, nos EUA, que atendeu uma ligação que aterrorizaria qualquer mãe: na chamada, pôde ouvir a voz de sua filha chorando e pedindo por ajuda.

A seguir, um homem desconhecido tomou o controle do telefone, anunciando que havia sequestrado a jovem de 15 anos, e só a devolveria em segurança caso recebesse um resgate de 1 milhão de dólares — correspondente a quase 5 milhões de reais. 

Ela me disse tipo, 'Mãe, esses homens maus me pegaram. Me ajude, me ajude", narrou DeStefano a respeito da experiência em entrevista ao programa televisivo Good Morning America. 

"Então esse homem pegou o telefone e disse: 'Ouça aqui. Estou com sua filha. É assim que vai acontecer. Você chama a polícia, liga para qualquer um, vou colocar um monte de drogas nela. Vou fazer o que quiser com ela e vou deixá-la no México'. E, naquele momento, comecei a tremer. Ao fundo, ela dizia: 'Ajude-me, mãe. Por favor, ajude-me. Ajude-me' e soluçava", contou ainda. 

O criminoso teria também aceitado baixar o valor pedido para 50 mil dólares após a mulher suplicar com ele que não tinha dinheiro suficiente para pagar aquela quantia. 

Golpe 

A seguir, todavia, após pedir para uma amiga entrar em contato com o pai da adolescente enquanto DeStefano continuava mantendo o suposto sequestrador ocupado na linha, ela rapidamente descobriu que sua filha estava sã e salva. 

A voz da garota, na verdade, teria sido clonada com a utilização de tecnologias de Inteligência Artificial, segundo acredita a norte-americana. A semelhança com a maneira de falar da adolescente, porém, teria sido assustadora: 

Era completamente a voz dela. Era a inflexão dela. Era o jeito que ela teria chorado. Nunca duvidei por um segundo que fosse ela. Essa é a parte bizarra que realmente me bateu no meu âmago", relembrou a mãe ao Good Morning America. 

O programa terminou com a recomendação de que pais que recebessem ligações semelhantes tentassem, antes de enviar o dinheiro do resgate, fazer perguntas a respeito de informações que não estivessem disponíveis na internet a fim de descobrir se estavam sendo vítimas do mesmo golpe.