Publicação sobre o Dia do Agricultor - Divulgação/Twitter/Secom
Brasil

Postagem do governo sobre o Dia do Agricultor gera revolta nas redes sociais

Publicação mostrava um caçador com uma espingarda sobre os ombros. Entidade repudiou o tweet: “um escárnio”

Fabio Previdelli Publicado em 28/07/2021, às 17h13

Na manhã de hoje, 28, uma publicação na conta oficial da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) no Twitter gerou enorme polêmica entre internautas. A postagem em questão foi sobre o Dia do Agricultor, celebrado neste 28 de julho.  

Como explica matéria do UOL, a mensagem, que já foi apagada das redes sociais, mostrava a silhueta de um homem que carrega uma espingarda sobre os ombros. Em sites de banco de imagens, como a Getty Images, a figura é descrita como um caçador e não um trabalhador rural.  

Na descrição da figura no Twitter, a Secom destacava que os agricultores "não pararam durante a crise da covid-19 e garantiram a comida na mesa de milhões de pessoas no Brasil e ao redor do mundo". 

Publicação da Seacom/ Crédito: Divulgação/Twitter/Secom

 

Além disso, o órgão salientou que o governo federal "conseguiu reduzir a invasão de terras e está melhorando a infraestrutura das estradas, o que reduz os custos de transporte dos alimentos". 

“Além disso, o presidente Jair Bolsonaro estendeu a posse de arma do proprietário rural a toda a sua propriedade", termina a nota.  

A postagem, no entanto, gerou revolta entre os usuários da rede. Afinal, como recorda o UOL, no ano passado, o Brasil registrou 2.054 ocorrências de conflitos no campo, o que envolveu quase 1 milhão de trabalhadores, como aponta levantamento da Comissão Pastoral da Terra — o que representa o maior índice de incidências desde quando os dados começaram a ser registrados, em 1985.  

A maioria dos conflitos teve como vítimas os povos originários destas regiões, assim como quilombolas e trabalhadores rurais sem-terra. Dos 18 assassinatos registrados no período, sete vítimas eram indígenas.  

Com a mensagem, diversos órgãos se manifestaram, como o Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA), que afirmou que a publicação "é uma demonstração indigna de quem tomou o lado do escravagista, do jagunço, do capitão do mato, do grileiro e do desmatador, que ignora a realidade de um país que ainda não se reconciliou com seu passado, marcado pela destinação da terra a endinheirados, marginalizando a população". 

"É, sobretudo, um escárnio para com as muitas famílias e vítimas da violência no campo, como as do massacre de Eldorado dos Carajás, que completou 25 anos recentemente", completou a entidade em nota oficial.  
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