Imagem ilustrativa - Pixabay
América Latina

Suicídio assistido por médicos é descriminalizado na Colômbia

País torna-se o primeiro da América Latina a autorizar um médico a ajudar um paciente a morrer sob supervisão

Redação Publicado em 13/05/2022, às 14h18

A Colômbia descriminalizou nesta quinta-feira, 12, o suicídio assistido por médicos. Agora, o país é o primeiro da América Latina que permite que profissionais da saúde ajudem pacientes a morrerem sob supervisão.

"O médico que ajuda alguém com intenso sofrimento ou doença grave e decide livremente dispor de sua própria vida, age dentro do marco constitucional", declarou a decisão do tribunal da Justiça da Colômbia, segundo reportou a AFP.

A eutanásia já é legalizada na Colômbia desde 1997 e se diferencia do suicídio assistido pois só pode ser feito por um médico, enquanto o segundo acontece quando um paciente administra uma droga letal enquanto um profissional o assiste.

De acordo com a Fundação Right to Die Dignified (DMD), a diferença está “basicamente, [em] quem administra a droga". "No caso da eutanásia, profissionais de saúde administram o medicamento que causa a morte e no caso de suicídio assistido, é o próprio paciente que administra o medicamento fornecido por outra pessoa", destacou a organização.

Antes, o código penal colombiano previa uma punição de 12 a 36 meses de prisão a quem ajudasse um suicídio, ainda que a pessoa estivesse doente. Agora, a prática estará destinada a indivíduos em "sofrimento físico ou mental intenso, por lesão corporal ou doença grave e incurável".

Assim, "o auxílio ao suicídio, quando supervisionado por médico e cumpridos requisitos rigorosos, deixa de ser crime", disse à emissora W Radio o advogado Lucas Correa, do Laboratório de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Desclab).

A descriminalização foi aprovada por seis votos a três no Tribunal Constitucional, que revogou o artigo que punia as pessoas que ajudassem nos suicídios. A prática também é regulamentada em países como Suíça, Áustria, Alemanha, Itália, Nova Zelândia e alguns estados norte-americanos.

Ainda assim, a decisão foi contestada pelo governo do conservador Iván Duque, que interveio na discussão. Em comunicado enviado ao tribunal, o Ministério da Saúde advertiu: "Adicionar outra opção de morte medicamente assistida sem a devida e adequada discussão pode ter repercussões negativas".

História Colômbia notícia Justiça Tribunal eutanásia suicídio assistido

Leia também

Pesquisadores recriam em 3D rosto de mulher neandertal de 75 mil anos atrás


Maldição por trás da abertura da tumba de Tutancâmon é desvendada


Pesquisadores relacionam descobertas na Cidade de Davi a evento bíblico


Mistério mesopotâmico de 2,7 mil anos pode ter sido desvendado


Arte original de capa do primeiro 'Harry Potter' será leiloada


Javier Milei, presidente da Argentina, clonou seus cachorros? Entenda!