Cientistas analisaram imagens coletadas do planeta e viram que diversos vulcanismos aconteceram, apontando que Marte está ativo
Redação Publicado em 20/12/2023, às 16h49
Durante muito tempo, Marte foi considerado geologicamente “morto”, mas uma nova pesquisa sugere que o planeta vermelho pode ser mais ativo do que se pensava, revelando sinais de vulcanismo recente.
O estudo, liderado por cientistas planetários da Universidade do Arizona (UArizona), nos Estados Unidos, foi publicado recentemente na revista Journal of Geophysical Research: Planets, desvendando mais de 40 eventos vulcânicos em Marte, alguns ocorrendo há cerca de 1 milhão de anos.
Os pesquisadores utilizaram imagens de uma sonda e medições de radar penetrante no solo para criar reconstruções tridimensionais de cada fluxo de lava na planície marciana de Elysium Planitia. Esta área é considerada o terreno vulcânico mais jovem do planeta. Em 2022, outra equipe da UArizona já havia apresentado evidências de intensa atividade vulcânica na mesma região.
Elysium Planitia é o terreno vulcânico mais jovem do planeta, e estudá-lo nos ajuda a entender melhor o passado de Marte, bem como sua história hidrológica e vulcânica recente", afirmam os pesquisadores.
A equipe combinou imagens da câmera Context, a bordo da sonda Reconnaissance Orbiter da NASA, com imagens de alta resolução da câmera HiRISE da UArizona, além de dados topográficos do Mars Orbiter Laser Altimeter e medidas de radar subsuperficial da sonda SHARAD, ambas da NASA.
O estudo revela que a atividade vulcânica em Elysium Planitia pode estar em curso, desafiando a concepção anterior de que Marte era geologicamente inerte. A descoberta de explosões de vapor em toda a região também desperta interesse para astrobiólogos, indicando a possibilidade de ambientes hidrotermais propícios à vida microbiana.
O professor associado no Laboratório Lunar e Planetário da UArizona, Christopher Hamilton, co-líder da pesquisa, destaca: “Nosso estudo fornece o relato mais abrangente do vulcanismo recente em um planeta que não seja a Terra.” Além disso, observações sísmicas realizadas pela sonda InSight da NASA entre 2018 e 2022 indicam que Marte está longe de ser um planeta “morto”.
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