Fotografia de 2005 com os membros da Família Real Britânica - Getty Images
Família Real Britânica

Além de comunicar abelhas: As tradições peculiares da família real britânica

Com a morte da rainha Elizabeth II, alguns protocolos e tradições da Família Real Britânica vêm sendo revelados; confira

Éric Moreira Publicado em 25/09/2022, às 13h00

Com um dos reinados mais longos da história da Europa, de 70 anos, a rainha Elizabeth II veio a falecer no último dia 8 de setembro, uma quinta-feira, aos 96 anos. Com isso, diversos dos rituais cerimoniais da Coroa Britânica, que definitivamente não são poucos, agora vêm à tona, sendo o primeiro contato de muitas pessoas com tais eventos, tanto relacionados ao funeral da monarca, quanto à sucessão do novo rei, Charles III.

Além de todo um processo pós-morte que se estendeu por 11 dias, desde a morte até o funeral de fato de Elizabeth II, pouco se sabe sobre os costumes reais. Tendo isso em mente, confira a seguir alguns dos costumes mais inusitados da Família Real Britânica:

1. Abelhas servem novo mestre

Apesar de a grande cobertura da imprensa mundial em torno da morte da rainha Elizabeth II e a posse do novo rei Charles III, há, no próprio Reino Unido — mais especificamente, nos terrenos do Palácio de Buckingham e da Clarence House, residência oficial de Charles enquanto príncipe de Gales —, um grupo específico que precisou ser noticiado sobre a chegada de um novo monarca pessoalmente: as abelhas, que antes serviam à rainha.

Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, como informado pelo g1, John Chapple — apicultor real há 15 anos — explicou o motivo de as abelhas precisarem ser informadas sobre a morte da rainha. Segundo ele, o ritual parte de uma superstição de que as abelhas parariam de produzir mel caso não soubessem de uma mudança de dono.

A pessoa que morreu é o mestre ou senhora das colmeias — alguém importante na família. E não há ninguém mais importante do que a rainha, não é?", disse Chapple em entrevista. "Você bate em cada colmeia e diz: 'A senhora está morta, mas não vá embora. Seu mestre será bom com você.'"

Buckingham Palace is home to four beehives. 🐝

The bees live on this bee-autiful island where they forage on a wealth of nectar plants, both native and exotic. 🌼🌺🍃 pic.twitter.com/liOCkdVELR

— The Royal Family (@RoyalFamily) May 20, 2020

2. Dois aniversários?

Uma curiosidade sobre a rainha Elizabeth II que poucos sabem, é que ela comemorava seu aniversário em duas datas diferentes — o que também tem origem em costumes mais antigos. A monarca nasceu no dia 21 de abril de 1926, mas apenas celebrava a ocasião oficialmente no segundo sábado de junho, dia em que também ocorria o desfile Trooping the Colour.

A escolha de outra data se deve por um motivo simples: em abril, as temperaturas ficam consideravelmente baixas por todo o Reino Unido, o que faz com que eventos ao ar livre se tornem uma tarefa difícil para muitos. Porém, em junho se inicia o verão, e o clima mais quente favorece tais celebrações.

Porém, a tradição de se comemorar o aniversário no dia do desfile é mais antiga ainda: foi o rei George II — que governou de 1727 até 1760 —, que nasceu durante o outono, que decidiu associar as celebrações do aniversário ao desfile cerimonial de junho. Visto isso, ainda não se sabe se Charles III comemorará o aniversário em duas datas — já que também nasceu no outono —, ou abandonará a tradição.

Pintura do rei George II / Crédito: Foto por National Portrait Gallery pelo Wikimedia Commons

 


3. Humanos carregando o caixão

No funeral de Elizabeth II, é possível perceber que alguns homens da Guarda Real Britânica carregavam o caixão da falecida rainha. No entanto, o costume é consideravelmente recente, tendo iniciado-se em 1901, durante o funeral da rainha Vitória.

Antes disso, o caixão dos monarcas era transportado por cavalos em uma carruagem, durante as cerimônias do funeral real. No entanto, em um momento da procissão, os animais ficaram descontrolados devido ao frio, e o caixão da rainha Vitória quase caiu.

Foi então que, por ordem do rei Edward VII, novo herdeiro do trono, os marinheiros que estavam presentes durante o cortejo fúnebre começaram a agir: sob uma carruagem de armas, o caixão foi colocado e carregado pelos homens, o que se tornou um costume para todos os outros funerais em sequência.

Caixão da rainha Elizabeth II sendo carregado por guardas reais durante seu funeral / Crédito: Getty Images

 


4. Quebrar o bastão

Todo o processo cerimonial em torno da morte da rainha Elizabeth II é extremamente complexo e possui várias fases, visto que não se trata da simples realização de um funeral, mas também simboliza o fim de um reinado, início de um próximo, e a nova sujeição dos súditos e serviçais da rainha ao novo rei, Charles III.

Tendo isso em mente, a tradição da quebra do bastão do Lord Chamberlain fica mais fácil de se compreender. Lord Chamberlain é um título dado ao oficial mais importante da Casa Real, com o dever de acompanhar o monarca durante as visitar anuais ao Parlamento.

Com a morte de Elizabeth II, o atual Lord Chamberlain, Andrew Parker — ex-chefe do MI5, uma das agências de inteligência britânicas — deve quebrar seu bastão branco cerimonial sobre o túmulo da rainha, simbolizando o fim de seu serviço a ela. 

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