Enfermaria no Rio de Janeiro, em 1918, com infectados pela gripe espanhola - Divulgação / Biblioteca Nacional
Cultura

Romance histórico retrata a chegada da devastadora gripe espanhola no Brasil

Demerara, de Wagner G. Barreira mistura ficção com fatos históricos sobre o navio que trouxe a pandemia para a América do Sul

Victória Gearini Publicado em 08/10/2020, às 15h07

Recém lançado pela Editora Instante, o romance Demerara, de Wagner G. Barreira, aborda a emocionante saga de Bernardo, um jovem que embarca num navio com destino ao Brasil. O que o rapaz não imaginava é que a embarcação que o trouxera para o território brasileiro, também trazia a devastadora gripe espanhola. 

Nascido em Galícia, ao norte da Espanha, o personagem principal, durante a infância, viveu em um orfanato localizado na cidade de Vigo. No local, Bernardo dedicou-se aos estudos, mas também perdeu a chance de se tornar padre. Dois anos após deixar a instituição, passou a viver de pequenos golpes ao redor do porto, até que foi convencido por um amigo a embarcar no navio Demerara, rumo a América do Sul. Entretanto, Bernardo não imaginava que o Demerara iria trazer a pandemia de gripe espanhola para o continente.

Obra Demerara, de Wagner G. Barreira (2020) / Crédito: Divulgação / Editora Instante

Narrado em primeira pessoa com uma prosa elegante e envolvente, a trama mescla ficção e eventos históricos, onde o autor dá voz ao personagem principal para relatar toda a travessia até o Brasil. Ao longo da obra, o leitor se depara, ainda, com acusações de assassinato, dificuldades de adaptação na cidade, os desafios enfrentados durante a pandemia, entre outros assuntos emocionantes. 

A obra Demerara surgiu a partir de conjecturas sobre as origens do avô paterno de Wagner G. Barreira. Bernardo de fato existiu, mas pouco se sabe sobre o protagonista, apenas que era galego, chegou ao Brasil no navio Demerara e morreu no dia do batizado de seu único filho. Os demais fatos apresentados no decorrer da narrativa são ficcionais e buscam recriar a vida do antepassado a partir da licença poética do escritor. Entretanto, para construir esta trama, o autor fez uma pesquisa minuciosa sobre fatos históricos deste período. 

“Os leitores destes trágicos anos 20 do século 19 se reconhecerão de imediato nas páginas deste pequeno, inspirado e muito oportuno romance. Seu roteiro tem como cenário um ambiente familiar para os brasileiros de hoje: uma devastadora pandemia provocada por um coronavírus, no caso o da gripe espanhola, que entre janeiro de 1918 e dezembro de 1920 matou entre 20 e 100 milhões de pessoas ao redor do mundo. “[…] Em Demerara, o repórter e o romancista se conjugam de forma habilidosa”, escreveu Laurentino Gomes no prefácio da obra. 

Disponível na Amazon em formato Kindle e capa comum, a obra Demerara trata-se de uma importante reflexão sobre assuntos que ainda hoje permeiam a sociedade: pandemia, contágio, guerra, imigração, esperança, resignação e desigualdade social. 

Confira abaixo um trecho de Demerara (2020): 

“Dar até logo a uma oliveira parece tolo. Mas aquela não era uma árvore qualquer, era o orgulho de Vigo, a ‘cidade olívica’. Estampa a bandeira, recebia homenagens com banda de música, os galhos ganham fitas coloridas nos aniversários — a moradora mais ilustre do lugar. Dúvido que alguém tenha provado seu fruto. Estava ali para exibir coragem, não oferecer azeitonas. Os reis católicos, aprendi na escola, mandaram cortar todas as oliveiras da Galícia porque queriam o monopólio do azeite. A árvore de Vigo ficou de pé, em desafio, por isso era tão querida. Quando voltasse a Galícia, queria rever suas folhas miúdas e escuras que não caem no inverno. Não tinha muitos amigos, queria sair sem ser percebido. A oliveira pareceu a melhor companhia para a despedida. Eu não demoraria muito, e a árvore não ia mesmo sair dali. Para mim, ela não simbolizava poder. Gostava dela porque foi ao seu redor que tive pela primeira vez a sensação de ser livre. Saí do orfanato e pude olhar a rua, ver o vaivém das pessoas. A árvore virou minha amiga, meu esconderijo, o lugar onde podia ficar só comigo.”


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