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Matérias / Civilizações

O ser humano, historicamente, tende a não valorizar pandemias do passado

Em Coluna exclusiva, a arqueóloga Joana de Freitas reflete sobre os efeitos da atual pandemia de coronavírus

Joana Freitas Publicado em 21/09/2020, às 10h12 - Atualizado em 22/04/2022, às 09h00

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Enfermaria carioca de 1918 com infectados pela gripe espanhola - Divulgação/Biblioteca Nacional
Enfermaria carioca de 1918 com infectados pela gripe espanhola - Divulgação/Biblioteca Nacional

A pandemia de coronavírus mudou a forma como vivemos em sociedade, criando novas rotinas. No entanto, a arqueóloga Joana Freitas, questiona, quase oito meses depois e com a Europa a encarar uma segunda onda: o que realmente mudou?

"A covid-19 não demonstrou ser até ao momento, uma pandemia com dimensões catastróficas como foi, por exemplo, a gripe espanhola. Ao nível do impacto demográfico está muito longe de ser, sequer, termo de comparação", reflete Joana Freitas. "No entanto, a humanidade tende a desvalorizar rapidamente as lições aprendidas. Embora a taxa de letalidade seja baixa, está na mão de todos diminuir a transmissão ainda mais e não sobrecarregar os serviços de saúde".

No final da Primeira Guerra Mundial, a gripe espanhola registrou sua primeira vítima, em maio de 1918, porém, os esforços para prevenir duplicaram após a disseminação rápida da doença em todas as idades e classes sociais.

Com isso, seu plano de contingência marcou a história da medicina e é usado, até os dias atuais, para elaborar novos caminhos em ocasiões epidêmicas e pandêmicas.

Surto de Gripe Espanhola nos Estados Unidos, em 1918, em Oakland // Crédito - Wikimedia Commons

Segundo a arqueóloga, posicionamentos que eram expectáveis de sofrer alterações, podem ser apenas expectativas frustradas. 

Como esclarece Joana Freitas, "Esta pandemia que começou por ser entendida como um ponto de ruptura, como algo que anunciava um novo normal, uma paragem forçada que nos daria refletir; rapidamente se perdeu pelas expectativas".

Segundo a estudiosa, "A nossa sociedade, ainda mais depressa do que o normal, revelou que a sua capacidade de "esquecer" se processa de forma muito veloz. A vontade de voltar à velha rotina rapidamente matou a esperança do nascimento de uma nova consciência coletiva. Conseguimos todos os meios para nos adaptarmos e dessa forma possamos retomar os velhos hábitos".

"Vivemos num mundo doente mas que parece querer continuar nele. Vivemos a pandemia da covid-19 e outras em simultâneo, principalmente de egoísmo e ignorância. Desta forma, não necessitamos de esperar muito para ver a humanidade desvalorizar mais esta pandemia e a esquecer todas as lições que devia ter aprendido", conclui.


Joana Freitas é formada em história na vertente de arqueologia pela faculdade de letras da Universidade do Porto e tem por áreas de maior interesse a evolução humana e a pré-história. Fora do campo de formação tem como disciplinas preferidas a antropologia e a paleontologia que no fundo complementam a sua formação de base.

Gosta de conhecer outros lugares, principalmente as suas gentes, ler e escrever. Embora tenha participado em diversas escavações de vários períodos históricos de diversos países, o local arqueológico que mais marcou o seu percurso e onde esteve presente em várias campanhas diferentes foi castanheiro do vento, um recinto pré histórico em Vila Nova de foz Côa, em Portugal.


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