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Museu Larco Herrera

Mansão preserva herança de povos pré-colombianos

João Correia Filho Publicado em 01/02/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

A localização do museu Larco Herrera, num dos bairros centrais de Lima, capital do Peru, nos remete aos mais de 3 mil anos de história da cultura pré-colombiana no país. Mas, ironicamente, você não pode ver isso. O museu, uma mansão colonial do século 17, foi erguido justamente sobre uma pirâmide da civilização lima, que viveu na região por volta do ano 1000 e deu origem ao nome da capital.

Somente em 1926, no intuito de preservar a cultura ancestral peruana, o jovem arqueólogo Rafael Larco Hoyle (1901-1966) ajudou a fundar o museu, que seria batizado com o nome de seu pai, Rafael Larco Herrera. O acervo reúne mais de 45 mil peças, a grande maioria originária dos mochicas, antigos habitantes da costa norte do Peru. O museu também contempla dezenas de civilizações que viveram no território, como virus, chimus, nascas, incas e cupisniques, entre outras. São objetos de cerâmica, jóias, artefatos têxteis, armas, vestimentas e utensílios de uso cotidiano, organizados cronologicamente e de acordo com o material empregado.

Entre os destaques do museu, além das incríveis jóias de ouro, há uma curiosa coleção de arte erótica. Datadas entre os séculos 1 e 9, a maioria da cultura mochica, as peças surpreendem os visitantes do Larco Herrera, com representações de cenas de sexo oral, masturbação, homossexualidade, sexo a três, sexo com divindades animais e doenças venéreas. Tudo explícito.

1. RITOS RICOS

Adorno completo para cerimônias religiosas da cultura chimu, que viveu no Peru de 1300 a 1532. A quantidade de ouro aplicado indica que os chimus tinham o metal em abundância, o que atraiu os europeus e marcou o fim da civilização.

2. CABELOS DOURADOS

Grandes ourives, os artistas mochicas trabalhavam entalhes minuciosos para representar suas divindades. Este é um adorno em ouro usado para enfeitar os cabelos. Traz a figura do Sol e de aves e foi feito no auge dessa cultura, sendo das mais belas e importantes peças do museu.

3. CABEÇA ENFEITADA

Peça vicu, cultura que floresceu no país entre 1250 a.C. e o ano 1. Cheia de detalhes de cobre, a touca, com dois penachos frontais cobertos de lantejoulas, provavelmente era usada em cerimoniais religiosos.

4. CABEÇA ENFEITADA 2

Conjunto completo de adornos para a cabeça feitos de ouro. Acima, enfeite para os cabelos com desenhos de animais: felino com nariz de ave (em relevo), cabeças de serpente e, nos detalhes, figuras de macacos. No centro, narigueira de ouro e, nos dois lados, orelheiras compostas por desenhos geométricos e figuras de serpentes. As peças são da cultura mochica.

5. ADEGA DIVINA

Nos corredores do depósito do museu é possível notar a grande diversidade de formas e temas moldados em argila pelos ancestrais peruanos. Abaixo, dezenas de garrafas representando personagens (homens e deuses) da cultura dos mochicas.

6. PRIMA DA FRUTA

Garrafa esculpida com a figura de uma guanábana, fruta bastante comum no Peru, da mesma família da nossa graviola. A peça pertence à cultura cupisnique, presente na costa norte do país entre 1200 a.C. e o ano 1. Ela representa a fartura de seu povo.

7. REVOADA

Ao lado, coroa de prata com figuras de aves, feita por artesãos da cultura chimu, que viveu no Peru de 1300 a 1532. Com pouco mais de 17 centímetros, a peça demonstra requinte e técnica apurada em seus entalhes precisos.

8. MEIO A MEIO

Estas peças mochicas, usadas nas orelhas e no nariz, chamam atenção pela mescla de materiais usados: os desenhos são feitos de ouro com incrustações de pedra turquesa, conchas e nácar (substância branca do interior das conchas) e representam um guerreiro metade homem, metade ave.

9. Ô LOCO, MEU!

Vaso de argila da cultura mochica exposto na sala erótica. Ele mostra o coito anal entre um homem e uma mulher, com características bastante realistas. Dá para imaginar a surpresa dos conquistadores europeus ao depararem com tais peças.

10. BOQUINHA da garrafa

Na forma de um pênis, símbolo de vida longa e de proximidade com os deuses, esta garrafa era usada para armazenar bebida durante as cerimônias religiosas, segundo estudos do fundador do museu. Pertence à cultura vicu.

Saiba mais

www.museolarco.org