Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Curiosidades / Nazismo

As piadas alemãs sobre o nazismo

Diretor de cinema alemão retrata como eles tentavam manter o humor durante a Segunda Guerra

Danila Moura Publicado em 25/10/2018, às 10h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Em plena Segunda Guerra, os alemães faziam piadas sobre o nazismo - Reprodução/ YouTube
Em plena Segunda Guerra, os alemães faziam piadas sobre o nazismo - Reprodução/ YouTube

Hitler, Goebbels e Goering, os homens fortes do nazismo, estão num navio em alto-mar. Durante uma tempestade, o barco afunda. Quem se salva? A Alemanha.

A piada, que você poderia ter ouvido num bar ontem à noite, rolava em plena Alemanha nazista. Pode até parecer coisa de mau gosto. Mas, durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães em geral tinham tempo e estômago para fazer graça contando anedotas – sobre o nazismo!

No livro Heil, Hitler – Das Schwein Ist Tot! (“Heil, Hitler – O porco está morto!”, sem versão em português), o roteirista e escritor alemão Rudolph Herzog mostra que o humor estava muito mais presente do que se imagina no III Reich. Herzog escreveu o livro depois de fazer um documentário em que entrevistou 20 pessoas que viveram o período. Herzog identificou dois momentos. No primeiro, logo no início do nazismo, as piadas eram mais ingênuas. No segundo, durante a guerra, as anedotas ficaram mais sarcásticas – como a que abre esta nota.

Heil, Hitler – Das Schwein Ist Tot! (“Heil, Hitler – O porco está morto!”) Reprodução

Algumas piadas tinham teor crítico. Outras, enaltecedor. Havia as que envolviam judeus e outros povos perseguidos. Segundo Herzog, o livro foi escrito com o intuito mais de ajudar a esclarecer a difícil relação do atual povo alemão com sua própria história – pela visão do humor inimaginável naquele momento – que de provocar gargalhadas nos leitores. As recentes gerações de alemães sofrem com o pesado estigma na hora de lidar com o fato de seus antepassados terem aceitado tantas atrocidades. Nesse quesito, Heil, Hitler... revela que o povo tinha, sim, alguma consciência dos crimes que aconteciam, embora sob o aparente transe hipnótico criado pela máquina nazista. E mostra que, mesmo com toda a censura e controle, o humor acaba sendo poderosa arma de protesto. Ou sobrevivência.