Entrando em campo como inimigos invisíveis, os atiradores matavam sorrateiramente
Mauricio Gibrin Publicado em 02/08/2020, às 09h00
Simo Hayha era um camponês que aprendeu a caçar com o rifle aos 17 anos. Convocado a defender a Finlândia da invasão soviética, operou na região do rio Kollaa, lugar onde estava habituado a atirar. Hayha usava um rifle Mosin Nagant M28 sem miras telescópicas e era capaz de acertar alvos a mais de 400 m de distância.
Pensando nisso, confira curiosidades sobre Simo Hayha e a saga dos atiradores.
1. Exímio atirador
Em 1940 Hayha recebeu do exército finlandês um rifle Mauser com lunetas, mas preferiu continuar com o seu antigo M28, que segundo ele, permitia lançar fogo sem que fosse preciso levantar demais a cabeça – o que no caso de um atirador de elite, pode significar a própria sobrevivência. A invasão da Finlândia custou aos russos 1 milhão de homens, contra 25 mil finlandeses. Simo Hayha, um exímio atirador e perito em se ocultar na neve, passou para a história com o apelido de Morte Branca.
2. Ataque fatal
Embora Hayha costumasse atirar sentado, a maioria dos snipers agia deitada ou ajoelhada. Eram posições estáveis e deixavam o corpo menos exposta ao ataque inimigo. Entocavam-se em lugares altos – como a torre da igreja que aparece no filme O Resgate do Soldado Ryan, de onde, numa cena de arrepiar, um atirador alemão alvejava soldados americanos.
3. Regra fundamental
Outra regra fundamental dos franco-atiradores: evitar ao máximo dar mais de um tiro do mesmo lugar porque, se a primeira bala pegasse o inimigo de surpresa, o mesmo não aconteceria com a segunda. Batava ter seu esconderijo descoberto para que a vantagem do soldado de elite acabasse de vez. Por isso, também era comum os atiradores formarem duplas – um se encarregava da observação, e o outro, dos disparos propriamente ditos.
4. Eficiência
Os soldados alemães de elite utilizavam rifles K98 com miras telescópicas, que tinham o poder de ampliar seis vezes o tamanho dos alvos, enquanto os americanos usavam versões preparadas de seu M1. Mas os rifles que fizeram fama foram o No. 4MK1, britânico, e o Mosin-Nagant 1891/30, soviético. O primeiro por sua robustez, e o segundo por sua precisão.
Com rifles de eficiência assustadora, era possível acertar um tiro na cabeça ou no peito de um inimigo que estivesse a até 400 m. Um soldado, postado de pé a 600m, também era facilmente atingido pelo atirador. A situação só mudava se houvesse ventos muito fortes, as chances de acerto diminuíam.
5. Impacto
Por maior que fosse o impacto no exército adversário, sozinhos os atiradores de elite pouco podiam fazer para alterar os rumos da guerra. Inúmeros oficiais aliados foram mortos a distância e ainda assim a Alemanha caiu. Atiradores defendiam muitos prédios em Berlim, mas a bandeira soviética acabou tremulando sobre o Reichstag.
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