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Curiosidades / Napoleão

Napoleão e a múmia: Cena curiosa do filme é baseada em fatos?

Já disponível nos cinemas brasileiros, Napoleão, de Ridley Scott, retrata a ascensão e a queda do general e imperador Bonaparte

por Thiago Lincolins

tlincolins_colab@caras.com.br

Publicado em 26/11/2023, às 14h14 - Atualizado em 30/11/2023, às 14h52

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Cena do filme 'Napoleão' (2023) - Divulgação
Cena do filme 'Napoleão' (2023) - Divulgação

Com Joaquin Phoenix no papel principal, 'Napoleão' retrata a história de um dos nomes mais controversos que já existiram: Napoleão Bonaparte. Misturando fato e ficção, o filme de Ridley Scott já pode ser conferido nos cinemas brasileiros. 

Além de mostrar as batalhas que cravaram Napoleão nos livros de História, o filme também surpreende os espectadores ao retratar a vida íntima do general que se tornou imperador. 

"Napoleão (Joaquin Phoenix) poderia ter sido um soldado desconhecido, mas provou sua capacidade e rapidamente subiu de posto nas fileiras militares, chegando a general aos 24 anos. Impetuoso e implacável, na liderança do exército francês, ganhou fama como grande conquistador de batalhas e de corações, como o de Josefina (Vanessa Kirby), com quem casou e viveu um conturbado relacionamento", detalha a sinopse do filme. Atenção, os próximos parágrafos podem apresentar spoilers do lançamento.

A produção não deixa de fora um dos momentos mais marcantes da trajetória de Napoleão Bonaparte: a campanha do Egito, que resultou na Batalha das Pirâmides. Para retratar a passagem histórica, Ridley Scott contou com uma série de pinturas famosas. 

No filme, ele recriou a arte de Jean-Léon Gérôme, de 1897. Chamada "Édipo", mostra o general montado a cavalo enquanto observa à fabulosa Esfinge. No entanto, é outra pintura que, de fato, fascina quem assiste ao filme. 

Napoleão observa a Esfinge /Crédito: Domínio Público e Divulgação

O general e a múmia

Já no final de sua campanha, Napoleão, rodeado de seus homens e de egípcios, ordena a abertura de um sarcófago. Quando o caixão é aberto, ele sobe em um banco e observa atentamente a múmia que ali repousa.

Maravilhado com o que observa, ele tira o chapéu e coloca em cima do sarcófago. A cena, que conta com a licença criativa do diretor, é baseada na pintura do artista francês Maurice Orange, feita no final do século XIX. 

Em entrevista ao Deadline, Ridley Scott foi questionado a respeito da cena e chamou atenção para um fato que ainda hoje gera debate: o saque de artefatos de outras nações. Muitos dos itens que hoje se encontram em museus da França e Inglaterra foram roubados durante campanhas, inclusive, de Napoleão.

“Eles fizeram incursões e encontraram e trouxeram muitos artefatos maravilhosos do Egito, incluindo as 'agulhas de Cleópatra' que estão agora em Paris. Houve muitos saques feitos por Napoleão em lugares estrangeiros, como a Itália, onde eles levaram todas as belas artes da catedral de Milão", explicou o diretor.

Napoleão observa uma múmia /Crédito: Domínio Público

Scott também destaca que a múmia mostrada na cena "não seria Tutancâmon, talvez um faraó menos importante". O diretor, assim como outras pessoas, ficou impressionado com as pinturas que mostram Napoleão no Egito. Para ele, diferente de outras batalhas, foi o momento onde os franceses puderam absorver a cultura. 

"Eles assumiram o controle com bastante facilidade. Acho que os egípcios jogaram a toalha imediatamente. Não acho que haja qualquer conflito. E então eles puderam, digamos, se divertir no Egito naquele momento específico. Enquanto ele estava lá, eles estavam definitivamente olhando para artefatos extraordinários e decidiram levá-los de volta para a França", explicou.

Improvisação

A respeito da interação do general com a múmia, Ridley Scott explicou que o objetivo era fazer um contraponto entre dois períodos históricos diferentes.

"Eu pensei, eu simplesmente tinha que fazer isso, era um belo contraponto de dois universos. O universo moderno de Napoleão Bonaparte, e o universo antigo do Faraó, um Faraó menor, mas mesmo assim um Faraó. Ele teria que ser importante para ser embalsamado e realmente enterrado em um caixão assim", detalhou o diretor.

Como muitos poderiam imaginar, o momento em que Joaquin Phoenix coloca a mão no rosto da múmia foi improvisado, o que surpreendeu Scott.

"[O] que é interessante, enquanto estávamos fazendo isso... Joaquin, colocou o sarcófago em pé, tirou o chapéu, colocou-o em cima do caixão e olhou atentamente para o Faraó. Então ele estendeu a mão para tocar gentilmente a superfície da pele [da múmia], que parece papel marrom naquele momento. E o Faraó de repente escorregou para o lado e deu um choque e tanto em Joaquin. Mas eu deixei correr. E ele brincou com isso momentaneamente. (...) Quando eu disse, corta, ele questionou: 'Você fez isso?'. Eu disse: 'Não, foi um acidente'. Foi fantástico. Isso o assustou pra caralh*. Eu disse, não, não, não, eu não fiz isso".