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Curiosidades / Renascer

‘Renascer’: Como a novela resolveu mistério da versão de 1993?

O remake de 2024 do grande sucesso exibido em 1993 apresentou uma resolução para o mistério que perdurou por muitas décadas entre os fãs da novela

Isabelly de Lima Publicado em 23/02/2024, às 18h00

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Antonio Fagundes como José Inocêncio - Divulgação / TV Globo
Antonio Fagundes como José Inocêncio - Divulgação / TV Globo

Exibida em 1993, a novela "Renascer" de Benedito Ruy Barbosa marcou a história da teledramaturgia brasileira. A trama, ambientada no interior do Brasil, abordava temas como o amor, a família, a vingança e a luta pela terra.

A história girou em torno de José Inocêncio (Antonio Fagundes), um homem amargurado que culpava o filho João Pedro (Marcos Palmeira) pela morte da mãe. A relação conflituosa entre os dois era o fio condutor da novela, permeada por momentos de drama, romance e suspense.

O elenco era formado por grandes nomes da televisão brasileira, como Adriana Esteves, Tarcísio Meira, Glória Pires, Leonardo Villar e Bete Mendes. "Renascer" foi um sucesso de público e crítica. A produção conquistou diversos prêmios, incluindo o Troféu Imprensa de melhor novela, melhor ator (Antonio Fagundes) e melhor atriz (Adriana Esteves).

Os personagens José Inocêncio e Mariana, de 1993 - Divulgação / TV Globo

Agora, a novela ganhou um remake pelas mãos de Bruno Luperi, contando a história de uma forma diferente, mas mantendo pontos essenciais da novela. Como é de se esperar, algumas mudanças foram feitas no roteiro para trazer a novela para o mundo atual, mas outra mudança que chama a atenção é a solução de um mistério que ficou sem resolução por 31 anos. Confira:

Assassinato misterioso

O remake de "Renascer" trouxe à tona um mistério de mais de 30 anos, resolvendo um ponto crucial da trama original. Bruno Luperi, responsável pela nova versão, detalhou a morte do coronel Firmino (Enrique Diaz), um evento apenas mencionado na obra de Benedito Ruy Barbosa, o autor original (e avô de Bruno). A identidade do assassino, um mistério na versão de 1993, foi revelada, encerrando uma questão que intrigava os fãs há décadas.

Luperi expandiu a primeira fase da novela, triplicando o número de capítulos em comparação com a versão original. No entanto, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, havia exigido que o prólogo fosse resumido a apenas quatro capítulos nos anos de 1990, em contraste com os 12 capítulos da nova versão.

Firmino ganhou mais destaque na trama, interpretado por Enrique Diaz, e teve um papel fundamental na história, sendo o responsável por ordenar a quase morte de José Inocêncio (Humberto Carrão, na primeira fase) e por armar a queda de Belarmino (Antonio Calloni).

A disputa entre os coronéis teve um fim trágico, com Firmino soterrado dentro de seu carro por sementes de cacau, armadilha essa feita por Belarmino, uma cena inédita que não existia versão original.

Culpa implícita

Egídio (Vladimir Brichta), que busca vingança pela morte de seu pai, passa a maior parte da segunda fase culpando José Inocêncio pela armadilha. No entanto, Ruy Barbosa não se aprofundou no assunto, sugerindo apenas que o personagem ruralista interpretado por Antonio Fagundes provavelmente não estava envolvido diretamente no ocorrido.

Enrique Diaz como Firmino - Divulgação / TV Globo

Na versão de 1993, o personagem se chamava Teodoro e era interpretado por Herson Capri, mas a trama em torno da rivalidade entre as famílias permaneceu, de acordo com o Notícias da TV.

A intervenção de Luperi não foi apenas para preencher espaço na trama, pois, havia mais capítulos disponíveis para reconstruir o início de "Renascer". Ela também representa uma mudança no perfil de José Inocêncio, que agora rejeita até mesmo o título de "coronelzinho".

Mudança de perfil

Para modernizar a história, o autor estabeleceu uma clara oposição entre o fazendeiro — que utiliza princípios da agrofloresta para salvar a plantação de cacau de Cândida (Maria Fernanda Cândido) — e o tradicional agronegócio representado pelos coronéis.

Mascos Palmeira como José Inocêncio em 2024 - Divulgação / TV Globo

Porém, se engana quem pensa que José Inocêncio se torna somente um personagem bonzinho, já que mantém fortes características de anti-herói, reforçando a rejeição ao filho João Pedro (Juan Paiva), a quem culpa pela morte de Maria Santa (Duda Santos).

José Inocêncio terá uma caracterização menos similar ao coronel de 1993 e mais alinhada com o ator que o interpreta, Marcos Palmeira, que é conhecido por manter uma fazenda com práticas sustentáveis na região serrana do Rio de Janeiro.